ATA DA PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 19-02-2009.

 


Aos dezenove dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e trinta e cinco minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, João Antonio Dib, João Pancinha, Juliana Brizola, Marcello Chiodo, Maristela Maffei, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Pedro Ruas e Sofia Cavedon. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 003/09, discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Engenheiro Comassetto e João Antonio Dib. Ainda, o Vereador Dr. Raul manifestou-se durante o período de Pauta. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o Vereador Dr. Raul. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Deputado Federal Beto Albuquerque, convidando Sua Excelência a integrar a Mesa dos trabalhos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Airto Ferronato e João Antonio Dib. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Deputado Federal Beto Albuquerque, que discorreu sobre a doação de medula óssea e lembrou a importância desse ato para viabilizar condições de sobrevivência aos portadores de leucemia, divulgando o Projeto de Lei de autoria de Sua Excelência, que institui a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. Na oportunidade, os Vereadores Mauro Zacher, Paulinho Ruben Berta, Aldacir José Oliboni, Nilo Santos, Reginaldo Pujol, Maristela Maffei, Mario Manfro, Waldir Canal, João Pancinha e Toni Proença manifestaram-se acerca do assunto tratado pelo Deputado Federal Beto Albuquerque. Às quinze horas e trinta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quarenta minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Waldir Canal e Engenheiro Comassetto. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o Vereador Dr. Thiago Duarte. Durante o pronunciamento do Vereador Dr. Thiago Duarte, foi realizada a apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Sua Excelência. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Dr. Thiago Duarte. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o Vereador Mauro Zacher. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se a Vereadora Maristela Maffei. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o Vereador Nelcir Tessaro. Na ocasião, foi apregoado Ofício de autoria do Vereador Valter Nagelstein, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, nos dias três e quatro de março do corrente, na apresentação pública do Projeto de Áreas de Revitalização Econômica, a ser realizada do dia quatro de março do corrente, na Secretaria Nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades, em Brasília – DF. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os Vereadores Marcello Chiodo e Paulinho Ruben Berta. Após, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, dos Vereadores José Campeão Vargas, Cleusa Maria Souza, Paula Parolli e Luís Ernani Alves, respectivamente Presidente, Vice-Presidenta e Secretários da Câmara Municipal de Guaíba – RS –, bem como do Vereador Antônio Rodrigues dos Santos e do Senhor Celso Rostirolla, Diretor-Administrativo da Câmara Municipal de Guaíba. Em COMUNICAÇÕES, em tempo cedido pelo Vereador Pedro Ruas, pronunciou-se o Vereador Carlos Todeschini. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se a Vereadora Maria Celeste. Em COMUNICAÇÕES, em tempo cedido pelo Vereador Reginaldo Pujol, pronunciou-se o Vereador João Antonio Dib. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Nilo Santos. Às dezessete horas e oito minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Adeli Sell e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Estão abertos os trabalhos da 1ª Sessão Extraordinária.

Coloco em votação o Requerimento que solicita a inversão da ordem dos trabalhos para que passemos, de imediato, à discussão da Pauta. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0860/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 003/09, de autoria da Mesa Diretora, que altera os parágrafos 1º, 5º, 6º, 7º e seus incisos I, II, III, IV e V e os parágrafos 11, 12 e 13, todos do Art. 63-A; altera o caput do Art. 132; acrescenta Art. 134-B; altera os incisos III, IV, V, VI, VII e VIII do caput do Art. 179; altera o § 4º do Art. 227-F e acrescenta parágrafo 6º ao mesmo artigo – Art. 227-F; altera o parágrafo 3º do art. 227-G; altera o parágrafo 3º do art 228, todos da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, que aprova o Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a realização desta Sessão Extraordinária é a própria razão da nossa vinda a esta tribuna, porque nós estamos fazendo um esforço no sentido de dar condições regimentais de votarmos o PR nº 003/09, de autoria da Mesa Diretora, que conserta uma série de situações colocadas no Regimento Interno, fundamentalmente àquelas vinculadas à Comissão que examinará o Projeto de reavaliação do Plano Diretor tramitando na Casa. Então, a matéria aqui integrada é fruto de uma série de entendimentos que ocorreram ao longo do mês de fevereiro, e também - por que não? - ao longo do mês de janeiro, na medida em que, informalmente, a Comissão do Plano Diretor se reunia durante o mês de janeiro, como vem se reunindo agora durante o mês de fevereiro. Uma delas, Ver. Comassetto, V. Exª sabe que é um compromisso mais do que moral, é um compromisso real, constituído por todos, de que esta Comissão não seria de 12 integrantes, mas de 13, o que possibilitaria ao Partido Socialista Brasileiro ter um representante nesse fórum deliberativo, que é, naturalmente, o seu Líder, Ver. Airto Ferronato. No restante, são situações que, como decorrência dessa alteração, precisaram ser modificadas e que todos já conhecem: fundamentalmente, a transformação dos sub-relatores temáticos em relatores temáticos, a eliminação da figura do relator-geral em benefício da constituição de dois vice-presidentes que, juntamente com o presidente e os relatores temáticos, acabarão sendo um conjunto sistematizador de todo o trabalho que vier a ser realizado por esta Comissão. É evidente que esses aspectos regimentais precisam ser considerados para que a gente não enfrente, inclusive, um problema assemelhado ao que o Ver. João Dib está levantando aqui com relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 279/08, que não tem um dos requisitos fundamentais, o que certamente inviabilizará a sua tramitação, na medida em que ele não vier a ser satisfeito, o que, de certa forma, corrigiria uma situação que havia determinado o seu arquivamento.

Por isso, Sr. Presidente, nós deixamos de discutir, inclusive, o mérito da proposição, porque ela vem se somar ao que já está colocado no Projeto de Lei do próprio Prefeito Municipal, que pede o referendo. Nós discutimos já na Casa, abertamente, transparentemente se a figura do referendo é o ajustável à realidade, ou se será a consulta popular nos moldes que se faz, por exemplo, a eleição dos Conselhos Tutelares, porque nós não temos no condão legal, por faltar, inclusive, instrumentação nacional, nesse particular, de instituir aquilo que nacionalmente não é possível se instituir, por falta de regulamentação específica, muito menos aqui em nível municipal.

Por tudo isso, Sr. Presidente, e concluindo a nossa intervenção, eu quero dizer que estou absolutamente disposto a debater esse processo todo junto ao Ver. Oliboni, que é o proponente da matéria, mas esse alertamento que o experimentado Ver. João Dib nos traz precisa ser levado em conta, porque contamina e fulmina qualquer pretensão diante desse obstáculo regimental intransponível.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, aqueles que nos assistem, eu também vim à tribuna para me manifestar em relação ao Projeto do Ver. Aldacir Oliboni, que trata da questão dos Portais da Cidade. Queria deixar clara a posição de que agora não é o momento para que essa discussão aconteça nesta Casa. Acho que muito tem de avançar nessa discussão, muito tem de acontecer ainda na Cidade. Em princípio, parece um bom Projeto, poderá haver uma grande modificação na questão do trânsito da Cidade, da urbanidade, enfim, mas eu acredito que não seja o momento de se propor nesta Casa uma manifestação popular mais ampla dessa matéria. Não sei se esse momento ainda não poderá vir a chegar, mas acredito que não é o momento agora; acredito que temos muito que avançar na discussão dentro do Plano Diretor, onde essa matéria se insere e temos que ir passo a passo. Só acho que estamos colocando a carreta na frente dos bois com relação a este Projeto, mas, mais para frente, quem sabe, não se constituirá, através do diálogo, através da nossa discussão com a sociedade? Essa é uma solução mais ampla para essa matéria, mas para isso precisamos apoiar o Executivo para que ele nos instrumente e nos esclareça, de todas as maneiras. O Projeto exige uma série de esclarecimentos, e acreditamos que isso está em andamento há cerca de dois anos e ainda vai andar muito mais para que realmente aconteça em Porto Alegre de uma maneira objetiva, e que possa trazer o benefício para toda população. Agora, inclusive, entramos nas questões vinculadas ao metrô para daqui a alguns anos. Então, essas são boas novidades que esperamos que se materializem na Cidade e seriam, na realidade, projetos complementares com toda certeza, para trazer uma nova dinâmica para a cidade de Porto Alegre, trazer uma nova qualidade no transporte coletivo e na circulação da nossa Cidade.

Então, esta é minha posição. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, vou dar continuidade aqui ao debate do Projeto apresentado pelo Ver. Aldacir Oliboni, que sugere que o Projeto dos Portais tenha uma consulta popular, que seja realizado um plebiscito. Os Vereadores que me antecederam aqui, o Ver. João Antonio Dib, o Ver. Reginaldo Pujol e o Ver. Dr. Raul, todos eles trazem a esta tribuna a negativa da possibilidade de um plebiscito com um conjunto de razões diferenciadas. O Ver. João Antonio Dib disse que esse não é um bom Projeto, e que, certamente, não se instalará como está apresentado. O Ver. Reginaldo Pujol diz que é precipitado; o Ver. Raul, da mesma forma. Portanto, são argumentos que nós queremos debater aqui.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Engenheiro Comassetto, este Projeto do Ver. Aldacir Oliboni, no meu entendimento, não é bom para a Cidade, não resolve nada, até porque, no meu entendimento, não existe a definição de Portal. Mas, no meu entendimento também, ele não está mais na Pauta, porque nós estamos na 2ª Sessão de Pauta e ele seria em 3ª Sessão de Pauta. Na Pauta só tem o primeiro Projeto.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. João Antonio Dib, o primeiro Projeto que está em Pauta se refere à questão do Plano Diretor. Plano Diretor que deveria ter vindo à esta Casa com todos os projetos estruturais acoplados, entre eles o Projeto dos Portais. Como o Governo não enviou nenhum estudo para esta Casa, mas já apresentou o Projeto dos Portais ao BID; já apresentou ao Ministério das Cidades... E aí, Ver. Dr. Raul, dizer que é precipitado? Se a Cidade não conhece o Projeto, o Governo Municipal já fez uma apresentação, lá em Brasília, no Ministério das Cidades - e eu tenho acompanhado, como Conselheiro Nacional das Cidades que sou desse tema; já o levou para a Europa e Estados Unidos para buscar recursos para o Projeto. O Governo já está dando esse Projeto como definido e consolidado. Se o Governo diz que defende o princípio da democracia participativa, tem que dialogar com a Cidade. E esse Projeto não se iniciou hoje; já faz três anos que está sendo anunciado, debatido dentro do Governo, mas há uma carência imensa de diálogo com a cidade de Porto Alegre.

Portanto, Ver. João Antonio Dib, se o Plano Diretor, cuja Comissão V. Exª preside, tem um projeto dessa envergadura da mobilidade urbana, que conflitua, inclusive, com o mesmo traçado do Projeto da Linha 2, do metrô, projeto esse que, na última segunda-feira, o Ministro das Cidades, lá no Trensurb, junto com o Prefeito em exercício, José Fortunati, dizia que é um belo projeto para a Cidade e que precisamos construir os mecanismos republicanos do envolvimento do Município, do Estado e da União, por que a União quer fazer este Projeto do metrô, da Linha 2?

Para discutirmos essa questão da mobilidade, já teria que ter vindo um estudo ou uma orientação para dentro do Plano Diretor. Não veio nada, Ver. João Antonio Dib, nem dos Portais, nem do metrô, assim como não veio nada das Áreas de Preservação Ambiental, já que a gestão passada teria que ter feito este estudo e não o fez lá na Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Portanto, agora também é o momento de analisarmos, Tessaro. Também não veio estudo ou orientação do DEMHAB ou do Governo das áreas para regularização fundiária - reconhecer todas as áreas irregulares, um estudo prévio -, e a Casa, a Câmara não tem obrigação de realizar estes estudos; quem tem a obrigação de realizá-los é o Executivo, e mandar para o Legislativo para que possamos analisar.

Portanto, os projetos estão em Pauta e já saíram de Pauta, a questão dos Portais, da Consulta Popular que diz respeito ao sistema de gestão do planejamento da Cidade, que é o tema do planejamento participativo. Concluo, dizendo que o planejamento participativo, quando se trata de grandes projetos ou de Plano Diretor, é a espinha dorsal, e este projeto do Plano Diretor, como os grandes projetos de Porto Alegre, não está levando em conta o princípio do planejamento participativo. Portanto, é bem-vindo, sim, o Projeto do Ver. Aldacir Oliboni para que seja discutido, incluído, e que a Comissão do Plano Diretor absorva este conceito de planejamento participativo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, apenas a título de colaboração, quero dizer que nesta Sessão Extraordinária a única questão de Pauta é a alteração do Regimento. Então, peço a atenção dos Srs. Vereadores para que se atenham à discussão da matéria. Os outros Projetos estavam em 2ª Sessão de Pauta, que já se encerrou.

Portanto, agora estamos nesta 2ª Sessão de Pauta, em Sessão Extraordinária; no que diz respeito à Pauta, depois voltaremos à Sessão normal.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, sou entusiasta da simplicidade e não tenho dúvidas quanto ao Projeto de Resolução da Mesa Diretora, com o qual já disse que concordava. Por que ele está aí? Porque nós não acreditamos na simplicidade. A Lei Orgânica diz que a Comissão se forma com um terço dos Vereadores, mas nós precisamos colocar todos os Partidos. Não seria muito mais simples acompanhar o sistema eleitoral? Se tem de ter todos os Partidos representados em proporcionalidade, a primeira regra é que todos os Partidos sejam eleitos. São onze, aí sobrou um; as sobras serão divididas. Como eu não posso dividir esse um, na primeira Comissão que se forma na Câmara, a Bancada de maior número, no caso é o PP, leva esse um. É uma segunda Comissão? A outra Bancada, PDT, depois PMDB, depois, PTB, esses quatro dividem sempre esta outra vaga. Mas como nós não gostamos de simplicidade, só fazer as contas daquela matemática já dá um trabalho bastante grande. Mas alguém teve o trabalho de fazer contas e não gostava de simplicidade. Não era que nem o Einstein, que resolveu tudo com simplicidade.

Então, eu tenho de concordar, sem dúvida nenhuma, a Mesa está absolutamente correta neste momento, tem o meu voto. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado, Ver. João Antonio Dib.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.

Está cumprida a Pauta.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. DR. RAUL: Presidente Sebastião Melo, Vereadores, Vereadoras, aqueles que nos assistem, eu venho, neste Grande Expediente, falar um pouco sobre a Saúde Pública da nossa Cidade, uma área a que me dedico há tantos anos, e atualizar alguns assuntos importantes.

Eu diria, num primeiro momento, que nós precisamos debater e nos colocar de uma maneira mais firme, mais forte em relação a alguns projetos que estão em andamento, que precisam de um apoio político mais forte para que possamos acelerar esse processo. Nós temos, por exemplo, em relação ao nosso HPS, que já vem há alguns anos com a verba do QualiSUS, procurado realmente fazer com que haja uma reforma do HPS, e que haja também instrumentalização maior dos equipamento lá. Então, onde está esse projeto? Esse projeto hoje já passou por uma série de etapas, em torno de dois milhões já foram utilizados numa liberação parcial pelo próprio HPS para renovação de equipamentos, enfim. Mas em função de um período de tempo que passou, ele tem que ser atualizado nos seus valores, para que se possa fazer, efetivamente, a reforma do andar térreo, e do 2.º pavimento do HPS que tanto necessita disso para dar um atendimento de maior complexidade e mais agilidade para a população. Nós sabemos que o nosso HPS, que completa 65 anos, é um hospital modelo, onde nós todos, quando temos um problema de saúde mais grave, pensamos, num primeiro momento, no HPS; e ele resolve e já resolveu tanto os nossos problemas como dos nossos familiares. Então, precisamos dar uma força cada vez maior para o HPS, tanto na questão do projeto QualiSUS, quanto na reposição de pessoal, porque nós temos na nossa rede pública uma deficiência muito grande de pessoal, que vem se acumulando ao longo, eu diria, dos últimos 15 ou 20 anos, quando os especialistas acabam se aposentando e, muitas vezes, não conseguimos a reposição adequada desses especialistas. Então, locais onde já, rotineiramente se faziam determinados serviços especializados, simplesmente, deixam de acontecer em função de dificuldades burocráticas e orçamentárias para que possamos fazer com que haja, efetivamente, a melhoria do sistema da saúde. Acredito que precisamos pensar muito em nível federal, no aumento da saúde deste País. Tivemos aquele problema da CPMF, conhecido por todos, tentou-se uma nova contribuição, que também não teve êxito, muito questionada pela população em função da maneira como seriam usados os recursos.

Então, saudando, neste momento, no nosso Plenário, a chegada do nosso Deputado Federal Beto Albuquerque, que está nos favorecendo com a sua presença, gostaria de dizer que o HPS merece, além de toda a qualificação que tem, o apoio de toda a Cidade, em especial do nosso Ministério da Saúde, para que agilize a liberação destes recursos para esse projeto, que é um projeto tão importante não só para Porto Alegre, mas para todo o Estado do Rio Grande do Sul, porque os pacientes ali atendidos não são apenas de Porto Alegre; são pacientes de todo o Estado do Rio Grande do Sul.

Uma outra questão na área hospitalar da nossa Cidade, que eu vejo com muita relevância, é a questão do nosso Hospital de Clínicas. O Hospital de Clínicas, nos últimos tempos, tem sido muito debatido em função da especificidade do seu serviço, vamos dizer assim, a questão do atendimento cem por cento SUS, a questão de ter convênios ou não dentro do Hospital de Clínicas. O que eu digo para a população é que eu mesmo fui estudante de Medicina no Hospital de Clínicas há mais de 30 anos, e é um hospital extremamente ...

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Raul, eu peço licença a V. Exª, eu vou assegurar o seu tempo, para registrar, prazerosamente, a presença do Deputado Federal Beto Albuquerque e convidá-lo a nos dar a honra de nos acompanhar à Mesa. Bem-vindo, Deputado, à nossa Casa! (Palmas.) Ver. Dr. Raul, agradeço a sua gentileza.

 

O SR. DR. RAUL: Dando seqüência e já saudando, novamente, a presença do Deputado entre nós aqui, gostaria de levar em frente esse assunto do Hospital de Clínicas, porque a nossa Câmara de Vereadores tem que se unir, também, na defesa do trabalho que é executado pelo Hospital de Clínicas, pois se trata de um hospital de extrema qualidade, onde são feitas pesquisas com uma importância sui generis no nosso País, no nosso Estado e até no mundo, porque ali temos colegas que, inclusive, já foram presidentes de instituições mundiais de saúde. Então, o avanço da Medicina passa muito pelo Hospital de Clínicas. Nós precisamos ter cuidado para que não haja, em cima de algum movimento que envolva uma certa demagogia, o prejuízo do Hospital de Clínicas, que tem, por essência, um trabalho muito nobre, extenso e qualificado que vem sendo prestado. Nós devemos, no mínimo, manter esse trabalho que hoje lá existe. Se conseguirmos, através do Ministério da Saúde, através da nossa própria Constituição, melhorar as condições do Hospital de Clínicas, ótimo! O que nós não podemos é perder qualidade, e perder qualidade, certamente, é um conflito entre população, controle social, Hospital de Clínicas. O que nós precisamos, efetivamente, é a união de todas essas partes, inclusive com a ampliação do nosso Hospital de Clínicas, que tanto serviço de tanta qualidade presta para a nossa sociedade.

Uma outra questão em nível hospitalar, para ver como a discussão hospitalar passa pela Cidade: nós temos a questão da Ulbra, inclusive já vieram representantes aqui na Casa, da Ulbra, do seu plano de saúde, da sua área hospitalar, e essa questão preocupa toda a nossa sociedade de uma maneira muito forte, por quê? Porque a Universidade Luterana do Brasil, na realidade, faz um trabalho muito bom para a sociedade; mas, por outro lado, sua contratualidade, que recebe verbas públicas e também os contratos que ela tem com profissionais da área da Saúde, são muito precarizados. Então, é necessário haver, diria, quase que uma intervenção, uma gestão compartilhada na Ulbra, por quê? Porque, se lá temos recursos públicos, esses recursos precisam ser bem avaliados, bem vigiados, e temos um problema sério de gestão nessa instituição que a Casa, com certeza, tem necessidade de se apropriar, de se posicionar e ajudar na solução.

 

O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Queria, nobre Vereador, colega Dr. Raul, parabenizá-lo pelo assunto que está levantando neste período de Grande Expediente, da questão da Saúde em Porto Alegre, no Estado e no País, quando V. Exª se refere ao Hospital de Clínicas e agora à questão da Ulbra.

Nós sabemos que, no caso específico do Hospital de Clínicas, que o mesmo também aconteceu há pouco tempo com o Conceição, não era 100% dedicado ao SUS, por isso houve uma modificação no Hospital Conceição que passou a atender 100% pelo SUS. É o caso do Hospital de Clínicas, que hoje recebe recursos de dois Ministérios – Ministério da Saúde e da Educação – e que não destina 100% dos atendimentos para o SUS – atende IPE, Unimed, particulares e assim por diante. Então, há essa reivindicação por parte do segmento, de que volte a atender 100% pelo SUS.

Mas quando V. Exª se refere à questão da Ulbra, de uma certa forma não é justo que a Ulbra receba recurso público e que passe dois, três meses sem pagar a folha de salários aos seus servidores. Então, percebemos esse movimento dos trabalhadores em relação à Ulbra, que há muito tempo estão reivindicando a atualização dos salários, décimo terceiro, férias, vale-transporte, refeição diferenciada, que haja um consentimento da direção da Ulbra e que se dedique mais à carteira da Saúde, porque, da forma como está fica precário, na verdade, o atendimento; a população fica sem atendimento e os trabalhadores estão sem receber. Então, realmente, nós temos de ser solidários que os trabalhadores possam receber em dia para produzirem e se sentirem melhor como trabalhadores da Saúde.

 

O SR. DR. RAUL: Com certeza, Ver. Oliboni. Enquanto os trabalhadores não tiverem resolvidas as suas condições de trabalho, a questão toda fica prejudicada.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo aparte, Ver. Dr. Raul, também nós, pela COSMAM, debatemos o assunto da Ulbra, muito complexo, que envolve a questão dos trabalhadores, que envolve os usuários, porque são mais de 200 consultas de ortopedia e traumatologia por mês, mais de 20 mil procedimentos médicos que estão comprometidos naquilo que diz respeito só ao contrato de Porto Alegre, da Secretaria Municipal de Saúde para com a Instituição Ulbra. Portanto, nós temos uma nova reunião agendada para a próxima quinta-feira e na quinta subseqüente também, para que a gente possa aproximar, e a Câmara seja um intermediário de fato nessa grave situação que aflige os usuários de Porto Alegre e principalmente os trabalhadores também que estão sofrendo com a insegurança, com a falta de pagamentos e com a falta de cumprimento de obrigações por parte daquela Instituição.

 

O SR. DR. RAUL: É muito importante o seu pronunciamento, porque, na realidade, nós, como representantes da Câmara de Vereadores, temos a condição de, muitas vezes, levar em frente esse tipo de assunto, chegar a um denominador comum e resolver as questões importantes para a sociedade. Então, ainda me mantendo dentro da área hospitalar, gostaria de fazer uma manifestação também positiva no sentido de que o nosso Poder Público Municipal conseguiu fazer com que o Hospital Parque Belém recebesse 280 mil reais, para que melhorasse lá os atendimentos de Traumatologia e Ortopedia, para que aquela região da Zona Sul, que é tão desfavorecida, as coisas são tão longes, muitas vezes é tão prejudicada no atendimento médico, pudesse ter um acesso um pouco melhor, pelo menos nesta área. E que o Hospital deva se equipar um pouco melhor, ter aquela área que já é conhecida aqui por muitos de nós, que seja previsto um Pronto Socorro ali. Esperamos avançar nesse sentido, porque a Zona Sul precisa disso. Então acho que foi uma grande iniciativa da nossa Secretaria, do nosso Prefeito Fogaça fazer com que se desse um impulso para o Hospital Parque Belém.

Uma outra questão que eu acho importante salientar e já veio para esta Casa e nós não conseguimos ainda resolver, é a questão da tributação em que está envolvida a Unimed de Porto Alegre, porque a Unimed de Porto Alegre é uma entidade também que ajuda muito na saúde da nossa Cidade, mas não só da nossa Cidade, também de outros Municípios da Região Metropolitana, pois atende com cerca de 5.500 médicos mais de 445 mil usuários. Então, é muita gente que utiliza os serviços da Unimed. As queixas realmente são muito poucas, e os médicos trabalham com afinco pela Unimed. Na realidade, todos deveriam ter o mesmo afinco trabalhando pelo SUS. Eu me recordo que eu atendia em uma associação de moradores, há alguns anos, quando eu atendia pelo SUS, enquanto a Unimed remunerava o médico com um valor em torno de 40 reais, o SUS o remunerava com cerca de dois reais. Para ter uma idéia, isso significa uma diferença de praticamente 18 a 20 vezes em uma consulta médica em termos de remuneração. É uma situação muito difícil, e o nosso SUS padece muito por causa disso, pois muitos médicos, infelizmente, acabam não querendo atender pelo SUS, e a população fica prejudicada. Então, precisamos avançar de uma maneira importante na área da Saúde.

Outra questão que eu gostaria de colocar é em relação àquilo que não é mais projeto, será uma realidade em Porto Alegre, no que eu venho batalhando junto a outras pessoas aqui da Câmara, outros Vereadores, sobre as UPAs, que são as Unidades de Pronto Atendimento 24 horas – quero trazer esse projeto para a Cidade. Estamos batalhando de uma maneira muito forte para que a primeira UPA realmente se instale ainda este ano ali na região do Centro Vida, na área da Av. Baltazar de Oliveira Garcia, que é uma área ampla, um terreno do Estado. Estamos avaliando agora, junto com a Prefeitura, como vamos fazer para que ele se transforme num atendimento de 24 horas importante para a Cidade. Esse projeto - dessas Unidades de Pronto Atendimento - deve vir, em nível nacional, do Ministério da Saúde, como um projeto que não seja especificamente para um local, mas, sim, para todos os Estados. É importante essa estratégia de aumentar a resolutividade em nível médio de atendimento, para que as pessoas que são atendidas nos postos de saúde possam, a partir daí, ir para uma instituição maior de emergência, que não seja um hospital, para que sejam atendidos com seus problemas, suas doenças, fazendo com que as nossas emergências hospitalares não passem por essa superlotação que nós, da área da Saúde, tão bem conhecemos. Muitas vezes os pacientes são muito bem atendidos ali, mas em situação de acomodação precária, e nós precisamos melhorar o atendimento da nossa Saúde pública o mais breve possível. Acredito que essa solução das UPAs para a Cidade também vai trazer uma qualificação muita boa para todos nós, nesse caso específico para toda a Zona Norte, para o Eixo-Baltazar, para tantos bairros daquela região. E o local é muito adequado, porque é um local de fácil acesso, um local que facilitaria muito o atendimento de todos. Muito obrigado. Saúde para todos!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nosso ilustre Deputado Federal Beto Albuquerque, quero, primeiramente, fazer um registro da extrema importância que é para nós, do PSB, tê-lo nesta Casa. Sei que é importante também a sua presença para o contexto da Câmara Municipal. Num parêntese breve, e saudando o nosso Presidente do Partido que está presente, o Caleb de Oliveira, ao falar do Presidente Beto, nós iniciaríamos com a sua passada pela Assembléia Legislativa do Estado, onde foi Deputado Estadual; também foi Secretário de Transportes em Porto Alegre; enquanto Deputado Federal, hoje o Deputado Beto Albuquerque também é Vice-Líder do Governo Federal; é Vice-Presidente do meu Partido, o PSB, em nível nacional; também é Coordenador da Bancada Gaúcha lá em Brasília e é hoje Coordenador Parlamentar do Mercosul. Nesse sentido, o Deputado Beto está assumindo a Comissão de Infra-Estrutura, Trânsito, Energia, Água e Pesca do Parlamento do Mercosul. Eu faço este registro, meu ilustre Deputado Beto Albuquerque, para dizer que Porto Alegre, na Câmara Municipal - e já existe há bastante tempo -, nós temos a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul a qual eu tenho a honra de presidir e de contar com ilustres Vereadores participando desta Comissão. É por isso, talvez, o principal motivo, que assumo a tribuna, agora, para registrar a grandeza da sua presença e para registrar uma tratativa que acredito que merece, deva merecer e vai merecer a atenção, a participação de todos os Vereadores.

O Parlamento do Mercosul, na Comissão presidida pelo Dep. Beto, vai promover um seminário sobre Trânsito no Mercosul. E nós estamos conversando com o Deputado, para que este seminário que vai envolver Deputados do Mercosul, Deputados Federais, Deputados Estaduais e muitos Prefeitos gaúchos seja feito aqui na Câmara Municipal. Acho que é uma informação que merece destaque no dia de hoje. Nós estamos tratando, encaminhando e convencidos de que isso será extremamente positivo para a nossa Câmara, para todos nós e, em especial, para o povo de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Por isso essa informação da tratativa que estamos fazendo de fazer uma parceria entre CEFOR, da Câmara Municipal, com o Parlamento do Mercosul para executar esse nosso evento em Porto Alegre. Obrigado a todos e um abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; meu caro Deputado Beto Albuquerque, quero saudá-lo e quero dizer que a presença de V. Exª nesta Sessão a dignifica. Nós gostamos muito de vê-lo. Meu Partido tem admiração por Vossa Excelência.

Sr. Presidente, Srs. Vereadores, freqüentemente, eu encontro alguém que diz que eu devo escrever a história da minha participação na política porto-alegrense. E eu sempre digo que não me cabe escrever, porque não guardei um recorte de alguma coisa de que eu tenha sido o autor ou de que eu tenha feito.

Mas, ontem, no debate da emenda do Ver. Beto Moesch, eu ouvi discurso e mais discursos sobre tratamento de esgoto. Eu disse que não queria fazer autopromoção, mas de repente sou obrigado a chegar a esse ponto. Vejam, por exemplo, parceria público-privada. Vejo falar tanto, mas, para mim, não é novidade nenhuma. Em 1961, o primeiro terminal de ônibus na Praça Rui Barbosa foi feito com parceria público-privada, e fui o autor. Em 1968, fiz abastecimento em todo o Alto Petrópolis, numa parceria público-privada que custou 500 milhões de cruzeiros, sendo 300 milhões dos loteadores e 200 milhões do DMAE, e isso abriu possibilidade para que se fizesse o mesmo no bairro Sarandi e em toda a Zona Norte, e hoje a população porto-alegrense é abastecida.

Quando saiu o vale-transporte, o jornal Zero Hora, na página três – não guardei, não tenho o recorte, mas lembro – colocou que se podia falar tudo sobre o vale-transporte, mas o pai do vale-transporte no Brasil era João Dib, que, como Prefeito, o implantou na Prefeitura. Como Prefeito, levei para o Ministro Afonso Camargo – acho que era esse o seu nome -, Ministro dos Transportes...

Mas eu falava ontem sobre os recursos para o saneamento nesta cidade de Porto Alegre, e foram negados por muito tempo financiamentos ao DMAE, quando queriam passar o DMAE para a Corsan. Aqui está uma cópia do relatório do DMAE de 1975 (Mostra documento.), assinado pelo seu Diretor, João Antonio Dib, com a cópia, com a projeção, uma perspectiva do que seria a estação de tratamento de esgoto, porque usávamos recursos próprios, e os três emissários da Zona Norte estavam prontos. Era necessária a estação de tratamento, mas não tínhamos recurso. Tanto é verdade que tínhamos a preocupação com o esgoto que, para as obras do DMAE de 1975, o principal investimento daquele ano foi o lançamento de redes de esgoto, que atingiu o total de 22 milhões, 610 mil cruzeiros, enquanto que o lançamento da rede d’água somou 6 milhões e 360 mil. O investimento no setor de água foi apenas para manter o atendimento, e 97% da população era atendida. Por que não fizemos a estação de tratamento? Os recursos não viabilizavam, não os tínhamos, e o Ministério do Interior não nos dava recursos. Inclusive fui pessoalmente lá buscar recurso e não consegui nada. O Planasa queria o DMAE dentro da Corsan, e nós não o queríamos.

Vejam Vossas Excelências que o Partido do Dr. Todeschini, também ex-Diretor do DMAE, quando assumiu a Prefeitura de Porto Alegre, passou a ter recursos para fazer a Estação de Tratamento. Levou muitos anos para fazê-la, e com financiamento. Vejam Vossas Excelências que a Lei Complementar nº 206, no seu art 2º, § 5º, diz (Lê.): “Num prazo máximo de 12 meses, a contar da data da publicação da presente Lei, o Poder Executivo deverá iniciar a implantação do sistema de tratamento para esgoto nas áreas de lançamento do rio Guaíba”. Essa Lei foi assinada pelo Sr. Olívio Dutra em 1989, no dia 28 de dezembro. Foi quando ele criou a Taxa de Esgoto Cloacal no Pluvial. “A prestação de serviço e distribuição de água e captação de esgoto sanitário serão remunerados sob a forma de tarifa de modo que atenda aos custos de operação, manutenção e expansão do sistema de abastecimento de água e remoção de esgotos.” Passou, então, em decorrência disso, a cobrar a rede pluvial.

Eu disse que não guardava documentos, e é verdade; este documento eu fui buscar na biblioteca da Câmara, porque eu não o tenho, eu não o guardei para mim, mas a minha memória é muito boa. Realmente eles tinham recursos, não fizeram e fazem propaganda aqui quando o Ver. Beto Moesch apresenta uma Emenda que pretende autorizar em alguns casos – em alguns casos – o tratamento de esgoto por empresas particulares ou empreendimentos particulares. Saúde e PAZ! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, neste momento, prazerosamente, vou passar a palavra ao nosso visitante, que nos honra com a sua presença, Deputado Beto Albuquerque, figura que tem honrado a política brasileira. Eu estive, juntamente com vários Vereadores, levando a nossa solidariedade pelo difícil momento que passou e passa o Deputado. O nosso Grande Arquiteto saberá, indiscutivelmente, conduzi-lo neste momento de dor, de dificuldade, mas receba mais uma vez a solidariedade, o carinho, o respeito que toda esta Casa tem pelo senhor.

O Deputado Beto Albuquerque está com a palavra.

 

O SR. BETO ALBUQUERQUE: Caro Presidente desta Câmara Municipal da Capital de todos os gaúchos, Ver. Sebastião Melo; permitam-me, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, que eu possa saudá-los, dizer da minha alegria de estar aqui cumprimentando um Vereador do meu Partido, o Airto Ferronato, do Partido Socialista Brasileiro, e cumprimentando o meu Presidente Estadual do PSB, que me acompanha, Caleb Oliveira, saúdo também todos os dirigentes partidários que estão aqui representados nesta pluralidade democrática de 11 Partidos que se fazem representar nesta Câmara Municipal.

Eu, na verdade, Ver. Sebastião Melo, vim, não apenas para abraçar o Ferronato, que não pude fazê-lo na sua posse, em função do drama que vivi, mas vim trazer, honestamente e comovidamente, o meu abraço à Câmara, que se fez representar no pior momento, creio que não haverá outro, que vivi, em ter que cumprir a tarefa de pai de enterrar um filho. Isso é algo, do ponto de vista humano, inaceitável, mas espiritualmente compreensível, porque há pessoas que mais cedo são chamadas, seguramente para cumprirem tarefas mais relevantes do que talvez habitar os pagos em que estamos, aqui. Então, eu me conforto espiritualmente nisso e me conforto também – saudando o nobre Líder do Governo, Ver. Nagelstein – na esperança de que possamos construir, também com a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, um trabalho conjunto que talvez ajude a evitar que outros pais tenham que fazer aquilo que fiz no dia 3 de fevereiro. A leucemia é uma doença grave. Metade dos casos de leucemia só se cura com transplante, nos quais pelo menos metade dos casos são fatais. Mas essa é uma doença que podemos enfrentar e vencer, se tivermos aumentada a capacidade de solidariedade das pessoas, porque o transplante de medula deve-se, única e exclusivamente, à possibilidade de se executar, com a voluntariedade de cada um de nós em estarmos inscritos nesse Cadastro Nacional de Doadores de Medula. Eu queria dizer que, no Rio Grande do Sul, nós temos mil casos novos de leucemia por ano, e, no Brasil, ocorrem 10 mil casos por ano. Nós, como temos, seguramente, uma medicina inclusive mais organizada, possivelmente tenhamos, proporcionalmente, mais casos de leucemia, porque temos uma melhor capacidade de diagnosticá-la. Há muita gente morrendo no Brasil, no Interior do Brasil, de pneumonia, de sangramento, mas, no fundo, o sujeito estava com leucemia, não era pneumonia. A anemia não o matou; o que o matou foi a leucemia, a falência da medula.

Nós, no Brasil, temos hoje apenas 940 mil doadores cadastrados, Sr. Presidente e Ver. Ferronato. Nós somos um país de 200 milhões de habitantes.

Os Estados Unidos têm 15 milhões de americanos cadastrados como doadores de medula. E eu, que por lá andei procurando um doador para o meu filho Pietro, não achei nenhum no meio daqueles 15 milhões de doadores cadastrados, não achei nenhum no Brasil, não achei nenhum doador compatível em nenhum dos bancos de cordão umbilical do nosso País. Eu acho que esse é um sofrimento que nós podemos resolver.

Eu tenho citado exemplos que, no Rio Grande do Sul, pela riqueza genética que nós temos, alemães, italianos, poloneses, “pelos duros”, como nós chamamos, negros, enfim, se nós tivermos 300 mil gaúchos no cadastro nacional, muito provavelmente praticamente para 100% dos casos de leucemia que surgirem em gaúchos, nós encontraremos aqui um doador compatível. Então isso não é impossível de nós fazermos no meio de 10 ou 11 milhões de gaúchos, Ver. Dib, que 300 mil sejam cadastrados como doadores, dando cobertura a essa doença que mata muitos gaúchos, muitas crianças, muitos adolescentes Brasil afora.

E eu fico feliz, na conversa que tivemos com o Ver. Sebastião Melo, de ver a Câmara Municipal de Porto Alegre, quem sabe, dando o primeiro exemplo concreto para todas as demais Câmaras do Brasil, de capitais ou não, que têm televisão, de usarmos esse espaço, não da Sessão, mas dos intervalos da programação para ali fazermos chamadas à consciência do cadastro do doador, explicarmos o quanto é simples a doação de medula, não é cirurgia, não tem corte, não cria problema, a pessoa doa a medula e, no dia seguinte, está absolutamente normal, porque a medula óssea é o sangue, não há nada que se deva retirar do corpo. O fato é que, quando a gente fala de medula, Ver. Sebastião, as pessoas, todos nós tendemos a achar que estamos falando da medula vertebral, que é a nossa coluna, e às vezes pensamos: “Eu não vou doar um pedaço da minha coluna”. A medula óssea é um sangue entre os ossos da bacia, rico em células-tronco e que produzem a vida, a defesa, a imunidade das pessoas. E esse sangue retirado dali é infundido em quem está doente e salva vidas. Então, é algo simples, e Porto Alegre, através da sua Câmara Municipal, da sua TV, poderá fazer com que outras TVs, inclusive a TV Câmara Federal, a TV do Senado, possam arregimentar doadores solidários com a vida.

Eu queria agradecer muito à Câmara Municipal de Porto Alegre que me confortou, na presença de seu Presidente, no dia 13 de fevereiro. Não é fácil. Esse buraco que me abriram no peito não vai fechar, mas eu não vou me entregar, porque eu acho que essa dor tem que ser transformada numa causa, numa luta, que ajude tantos outros a não passarem por aquilo que nós passamos.

Então, nós somos gratos, em meu nome, em nome da minha família, Ver. Sebastião Melo, a cada um dos senhores, que representados estiveram lá, que presentes, pessoalmente, estiveram, como também esteve o Líder do Governo, a quem agradeço pela presença.

Convido todos, então, para essa jornada, que pode ser uma jornada de todos nós. Nós, gaúchos, podemos salvar muitos se tivermos 300 mil doadores cadastrados, e se formos à casa dos milhões de doadores, salvaremos, também, todos os brasileiros que morrem todos os anos. Hoje, neste momento, há 2.400 brasileiros, algumas centenas de gaúchos, aguardando um doador para fazer o transplante. E muitos, se não acharem doador, em questão de meses morrerão, porque, na leucemia, há poucos casos em que se confirma a sobrevivência de alguém por mais de dois anos, se não conseguir fazer o transplante, quando o transplante é inadiável.

E nós tivemos 14 meses de luta, peleamos, fizemos um transplante, não deu certo, fizemos um segundo, com a medula da mãe, que não era compatível, mas aí já era tarde, porque ele já estava com uma grave infecção e faleceu.

Então, em nome do Pietro, daquele anjo que nos deixou, eu quero agradecer a solidariedade de todos, e espero que nós possamos potencializar o nosso esforço e a nossa luta.

Saúde a todos, vida longa, muita luta, êxito nesta Legislatura, que orgulha a Capital do Rio Grande, com a representação política, rica, inteligente que aqui está neste Plenário. Um abraço a todos. Muito obrigado pela oportunidade, sucesso ao companheiro Ferronato.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, embora não-regimental, eu gostaria de transmitir, em nome da Bancada do PDT, ao Deputado Beto Albuquerque, todos os nossos sentimentos em relação à perda do Pietro, e também o nosso apoio à Semana de Mobilização Nacional de Doação de Medula Óssea. Conte com a nossa Bancada.

 

O SR. PAULINO RUBEN BERTA: Sr. Presidente; Deputado Beto Albuquerque, gostaria de, como Presidente da Associação de Moradores do Conjunto Residencial Rubem Berta, a qual detém uma concessão de rádio comunitária, receber material e pedir, de repente, até um depoimento seu para se engajar nessa campanha. Então, através da Câmara de Vereadores, coloco esse meio de comunicação, que está localizado na região Eixo-Baltazar e atinge mais de 150 mil pessoas, à disposição. Solidarizo-me com o senhor, como pai, nessa luta.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Em nome da Bancada do PT, nós não só queremos nos solidarizar, mas dizer que o Beto deu um exemplo de pai, de amigo, de parceiro, de lutador, buscou fora do País, inclusive, alternativas, e não foi possível, por isso temos de louvar muito a sua luta que será exemplo a todos nós. Ao mesmo tempo quero comunicar que nós temos, nesta Casa, um Projeto de Lei tramitando - vou pedir o art. 81, e já pedindo colaboração dos nobres Pares -, que institui o Programa Municipal de Incentivo à Doação de Medula Óssea de Sangue, e cria o Dia Municipal de Doação da Medula Óssea em Porto Alegre. Portanto, isso vai, quem sabe, nos ajudar a buscar mais parceiros. Muito obrigado, sucesso.

 

O SR. NILO SANTOS: Deputado Beto, em nome da nossa Bancada, do Partido Trabalhista Brasileiro queremos desejar que Deus fortaleça a família, porque é a que fica sofrendo neste momento. É uma lacuna que não tem como preencher, mas, com certeza, Deus vai dar graça, vai dar força para que esta perda se transforme numa semente de dias melhores para quem sofre esse tipo de problema. Solidariedade do PTB. Obrigado, um abraço.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Meu caro Beto, da mesma forma que os demais, me incorporo a essa corrente de solidariedade, e acho que a melhor forma de a gente ser solidário com o amigo é nos comprometermos a nos integrar nesta jornada que inicia e que vai, de certa maneira, mitigar a dor do pai, reafirmando, do homem, do cidadão, crente em Deus de que muitas vezes o destino cumpre as suas realizações por linhas tortas. Quem sabe, na dor do amigo, hoje, venha o grande estímulo, o grande exemplo para que todos nós, solidários, façamos aquilo que estás propondo, e, de bom grado, sejamos solidários ao amigo com o qual nós compartilhamos a dor nesta hora.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Beto, em nome do PCdoB, a nossa solidariedade, e não poderia ser diferente, vindo de ti, a tua resignação, neste momento, superando, entre aspas, a perda do Pietro, mas também querendo ajudar as crianças, os jovens, as outras pessoas deste País e do mundo. Por isso nós ficamos orgulhosos, mais uma vez, pela tua atitude, pela tua altivez. Tem aqui o nosso apreço, o nosso carinho, a nossa solidariedade. Obrigada.

 

O SR. MARIO MANFRO: Em nome da Bancada do PSDB, queremos expressar a nossa solidariedade, não tem muito o que ser dito, a não ser também parabenizá-lo por essa iniciativa. Conte conosco.

 

O SR. WALDIR CANAL: Deputado, eu gostaria, em nome do PRB – Partido Republicano Brasileiro - de externar aqui os nossos sentimentos e a nossa solidariedade, e dizer que o nosso Partido está engajado também nessa luta a partir deste momento para buscarmos mais doadores, para que possamos salvar mais vidas, não só no Rio Grande, mas em todo o Brasil. Os nossos sentimentos.

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Nobre Deputado Beto Albuquerque, a nossa solidariedade em nome da Bancada, e por que não dizer em nome de todo o povo gaúcho, para colocar essa campanha - eu que sou um defensor, nas organizações não-governamentais, nos clubes de serviço, Rotary, Lions, Maçonaria e, quem sabe, nos bancos sociais da FIERGS - para que possamos lançar um Banco de Medula, já que temos um Banco de Pele. Poderíamos encaminhar essa solicitação e, juntos, transformar essa idéia num grande mutirão e realmente evoluirmos para que tenhamos bom fruto na questão de medula. Tenha a nossa solidariedade. Conte conosco no que precisar.

 

O SR. TONI PROENÇA: Querido Deputado Beto, eu quero cumprimentá-lo muito por ter achado essa fórmula bonita e desprendida de superar esta adversidade que contraria o ciclo natural da vida que quase nos torna inconformados eternamente, mas tenho certeza de que este trabalho que V. Exª faz será de muita valia para muitos outros que podem ser acometidos por essa doença. Parabéns pelo seu trabalho.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Deputado Beto, não gostaríamos que V. Sª estivesse aqui nessa condição, mas a caminhada terrena reserva, para cada um de nós, esses desafios. Nós já conversamos, não só sobre TVCâmara, e o mínimo que nós podemos fazer, em nome da sociedade de Porto Alegre, é nos somar a uma justa causa. Então saiba que estamos juntos e, mais do que isso, sobre outros temas que V. Sª tem enfrentado lá na Câmara, especialmente um Seminário envolvendo a questão de trânsito no Mercosul, e a Câmara será parceira para dar toda a logística para que possamos realizar. Então, eu queria cumprimentar V. Sª, sua família, cumprimentar o Sr. Caleb de Oliveira, Presidente do Partido, bem-vindo à nossa Casa. Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h36min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - 15h40min): Estão reabertos os trabalhos.

Solicito ao Ver. Adeli Sell que assuma a presidência dos trabalhos, tendo em vista reunião deste Presidente, na Prefeitura, com os grupos de trabalho e o Prefeito Municipal, visando à simplificação das legislações.

O Ver. Waldir Canal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

(O Ver. Adeli Sell assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria de fazer, em nome do meu Partido, Partido Republicano Brasileiro, um registro importante. Já está no Senado, pronto para assumir o mandato parlamentar, o primeiro suplente de José Maranhão, o empresário Roberto Cavalcanti, em virtude da decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que cassou o mandato de Cássio Cunha Lima, do PSDB, e do seu Vice, José Lacerda, do DEM, ocasionando então a vacância, e José Maranhão assume o Estado da Paraíba. Com isso, o nosso Senador Roberto Cavalcanti, eleito pelo PRB, passará a integrar a Bancada do meu Partido lá em Brasília, no Senado Federal, que passará a contar com mais um ente político representando o nosso Partido, que tem história recente.

O nosso Partido recebeu o registro no Tribunal Superior Eleitoral no dia 25 de agosto de 2005, ainda sob o nome de Partido Municipalista Renovador, PMR, e, em seguida, houve a troca da sigla para PRB.

Gostaria, aproveitando este momento de alegria para nós do Partido Republicano Brasileiro, de tocar num assunto que, com certeza, deve ser debatido em todas as instâncias, por todos os Parlamentares, não apenas Vereadores, mas Deputados, enfim, que é a Reforma Política. A proposta que está lá no Senado, a proposta que o Governo leva para tratar da Reforma Política, promovendo a lista fechada, a proibição de coligações para a proporcional, a cláusula de barreira e várias outros itens da proposta, enfim, a meu ver depõem contra a democracia, porque é constitucional o direito de as minorias se fazerem representadas, terem voz e vez. Cito o caso do meu Partido, mas temos aí outros Partidos que têm história no Brasil, inclusive o PCdoB, o PDT, o PSB, o PV, o PSC, o PPS e o PSOL, dentre outros, que entraram na Justiça, entraram no Supremo Tribunal Federal, questionando o mérito, a inconstitucionalidade dessa cláusula de barreira. E a resposta do Ministro Ayres Britto foi sucinta: é inconstitucional. É inconstitucional tentar vedar o crescimento, tentar calar a voz dos pequenos Partidos.

Ora, nós já vivemos isso no passado, quando tínhamos aí o MDB e a Arena, que tiveram de criar sub-legendas dentro do Partido para que houvesse realmente a democracia. Essa proposta fortalece apenas os chamados Partidos grandes; querem sufocar os Partidos pequenos. Com essa ótica, nós não concordamos. Queremos, sim, o fortalecimento dos Partidos, o fortalecimento das legendas, mas que haja a livre expressão, a reunião de Partidos para que possam divulgar as suas idéias e preservar o direito das minorias, preservar o direito de ter uma Bancada, de ser ouvido, de manifestar a voz do povo.

Eu já encaminho para o final a minha fala, falo do meu Partido, que, com pouco mais de três anos de existência, nós temos representação no Brasil inteiro, somos o Partido que tem o Vice-Presidente da República. Temos outros Partidos que têm aí suas lideranças importantes, que trabalham e que representam, de fato, a voz do povo, a voz, muitas vezes, daquela parcela pequena da sociedade.

Então, fica este alerta e proponho começar um debate em cima desta situação: a Reforma Política que venha, realmente, atender aos interesses da democracia no Brasil. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Waldir Canal, que utilizou o tempo de Liderança do seu Partido, o PRB.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, todos os que nos assistem, quero tratar de um tema hoje, em nome da minha Bancada, do Partido dos Trabalhadores, que se chama “A Educação no Brasil, no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre”.

Nós temos hoje noticiado nos grandes jornais que Porto Alegre é uma das Capitais brasileiras que cai no ranking nacional referentemente à sua qualidade de educação. Porto Alegre está entre as 21 Capitais brasileiras cujos estudantes da 4.ª série do Ensino Fundamental não conseguiram alcançar as metas de aprendizado em Língua Portuguesa.

Se Porto Alegre está caindo no ranking nacional quanto à sua qualidade educacional, e as crianças do Ensino Fundamental e do Ensino Básico não estão aprendendo, quer dizer que o modelo, o sistema e a política da educação desenvolvidos em Porto Alegre pelo Governo do Estado e pelo Prefeito Municipal estão errados. Enquanto a Governadora do Estado desenvolve uma via sacra pelo País, em oposição à política do Governo Federal, ao sistema de educação contra a política do MEC - entre elas a de aceitar o piso do salário básico para aos professores e com isso garantir a qualidade do ensino com profissionais da educação minimamente bem pagos -, ao mesmo tempo, a Secretária Estadual de Educação, a Srª Mariza Abreu, diz que o resultado da pesquisa demonstra que a Educação no Rio Grande do Sul foi altamente prejudicada pelos baixos índices de investimentos no setor, nos últimos anos. Se a Secretária de Educação do Estado está reconhecendo e dizendo que o seu Governo não investe o necessário na Educação no Rio Grande do Sul, o que esperarmos de um sistema educacional de uma Governadora e de uma Secretária que assumem essa postura e não lutam contra essa orientação que está aí colocada? Porto Alegre e o Rio Grande do Sul já tiveram o orgulho de ser vanguarda no sistema educacional brasileiro. Hoje, nós somos manchete com uma orientação totalmente contrária, e não sou eu que estou dizendo isso; são os jornais, os meios de comunicação: Porto Alegre cai no ranking educacional em relação às demais Capitais brasileiras. Inclusive, no Sul do Brasil, no que diz respeito ao aprendizado da Língua Portuguesa, nós estamos atrás de Curitiba e de Florianópolis. Ao mesmo tempo, a Governadora, nos seus atos autoritários, manda fechar as escolas nos assentamentos dos agricultores sem-terra, escolas essas aprovadas pelo sistema educacional, financiadas pelo Governo do Estado com recurso público, portanto, sob a orientação pedagógica do sistema educacional. Manda fechar as escolas para dizer que filhos de pobres, que filhos de agricultores não têm direito à educação, afirmando que essas escolas são diferenciadas, são especiais. Por favor! Será que a Escola Tiradentes também não é uma escola diferenciada, uma escola especial? É, é uma escola especial, é uma escola diferenciada que se enquadra no mesmo critério e nos mesmos conceitos das escolas dos assentamentos daqueles que hoje fazem a Reforma Agrária.

Portanto, Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, gostaria, sim, de provocar, aqui, nos Pares, principalmente nos da base do Governo, a vontade de analisar essa situação pela qual o sistema educacional de Porto Alegre passa, desqualificando a formação dos nossos jovens. Muito obrigado, senhores e senhoras.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Carlos Comassetto.

O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente dos trabalhos, nesta tarde, na Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Adeli Sell; acho que foi muito proveitosa e oportuna a visita do nosso Deputado Federal Beto Albuquerque, e nós, o João e eu, conversando, falávamos da questão vinculada aos cordões umbilicais: há que se ter alguma medida no sentido de que se possa, em Saúde pública, pelo SUS, haver o armazenamento desses cordões - que é o grande problema.

Hoje, eu iria fazer um apanhado preliminar dos quatro primeiros Projetos que protocolamos nesses primeiros 45 dias. São quatro contribuições na área da Saúde e da Educação, e eu iria pedir especial atenção, principalmente às Comissões, no caso a do Ver. DJ Cássia, já que uma delas agrega ao currículo escolar os ensinamentos de Planejamento Familiar e Prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis, essas, como muito bem frisou ontem o Ver. Waldir Canal, constituem um efetivo problema de Saúde pública, principalmente na terceira idade.

Eu iria falar aqui do carnaval e da alegria em ver a escola de samba Estado Maior da Restinga – em que desfilarei nessa genuína festa popular – homenagear Oscar Niemeyer, que tem tudo a ver com a Restinga. Ou, Ver. Pancinha, eu iria falar da Imperadores do Samba, que homenageará o nosso Internacional. Mas, infelizmente, não poderei falar nisso agora. Hoje eu vou falar de exclusão e preconceito. Preconceituoso é aquele que age com preconceito. E preconceito é um juízo pré-concebido, manifestado, geralmente, na forma de uma atitude discriminatória perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes; costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém ao que lhe é diferente. As formas mais comuns nós sabemos: a social, a racial e a sexual. De um modo geral, o ponto de partida do preconceito é a generalização superficial, que tem base numa irracionalidade, e, por isso, escapa a qualquer questionamento fundamentado num argumento ou raciocínio. Hoje, eu falarei numa das estratégias de planejamento familiar que o Município de Porto Alegre implementou a partir de 2006: o Programa de Colocação dos Implantes Subcutâneos - como uma das estratégias de planejamento familiar. Caro Ver. Nagelstein, os técnicos da Secretaria Municipal da Saúde não são preconceituosos. O Secretário da Saúde à época da colocação dos implantes subcutâneos não era preconceituoso; até por que ele é judeu e foi vítima de preconceito. Eu, que coordenei o projeto na Secretaria Municipal de Saúde, não sou preconceituoso. Os médicos da Secretaria Municipal da Saúde, na gestão anterior ao Prefeito Fogaça, ou seja, antes de nós, que colocaram implantes - e isso ocorreu na gestão do ex-Secretário da Saúde Kliemann, Governo Verle - nas pacientes HIV positivas estigmatizadas do Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul não são preconceituosos. Preconceituosos são os que acham que os vulnerabilizados sociais não têm discernimento para escolher o que é bom ou ruim para suas vidas. Excludentes são aqueles que pensam que devemos tratar de forma igual os desiguais. As mulheres da Restinga e as mulheres do Moinhos de Vento não são, não devem e não podem ser tratadas de forma igual. Elas são diferentes, elas têm necessidades diferentes, elas têm anseios diferentes, sonhos diferentes. O gestor público, principalmente em Saúde, mais ainda em Planejamento Familiar, tem que priorizar os que mais precisam. E aí eles se contradizem, caro Ver. Mauro. Quando convém, são favoráveis a alguns tratamentos privilegiados a alguns grupos; mas, quando não convém, são destrutivos - como aquele velho centro-médio tosco, diria o Ver. Tarciso: nada serve! Se acreditamos que o Projeto não contempla a universalidade da cidade de Porto Alegre, temos a obrigação, enquanto Parlamento, de melhorá-lo, ampliá-lo, universalizá-lo e não bloqueá-lo, não interrompê-lo, não destruí-lo. Devemos utilizar todas as estratégias éticas e medicamente corretas que tivermos acesso para evitar o grande problema de Saúde pública que é a gravidez indesejada, principalmente entre as adolescentes. A gravidez indesejada leva à depressão; a gravidez indesejada leva à saída da escola; a gravidez indesejada diminui a perspectiva no futuro; a gravidez indesejada leva ao sofrimento psíquico; a gravidez indesejada leva à doença física; e, muitas vezes, esse desespero leva ao aborto clandestino, que não condena a universalidade das mulheres, mas efetivamente aquelas que são pobres e moram na Restinga, na Rubem Berta, enfim, como diria o DJ Cássia, na periferia da Cidade. Agulha de tricô intra-útero não é fato do Interior gaúcho do século passado; é Restinga em 2008!

No curso da 20ª Sessão Extraordinária desta Câmara Municipal, em 7 de dezembro de 2007, um Vereador se pronunciou – palavras literais: “Fiz um Pedido de Informações dirigido à Secretaria da Saúde sobre o número de implantes contraceptivos que já foram implementados no Município de Porto Alegre. Os colegas Vereadores devem lembrar que esse foi um tema da audiência pública.[E aí começa a falácia.] Queria-se fazer uma experiência de campo aqui no nosso Município, lá na Restinga, sem assumir que era isso. Ajudamos a interromper o método. Hoje é dia 6 de dezembro e nenhuma resposta, e nós temos informações. Eu não queria falar disso antes de ter a resposta do Pedido de Informações, [Mas falou! Daquela tribuna, falou!] mas estou fazendo a denúncia de que um médico da Restinga está ou já esteve aplicando clandestinamente esses implantes. Quero fazer essa denúncia: ‘tem lingüiça embaixo desse angu’. Estou dizendo o nome do médico: Thiago Duarte, da Restinga. Se não responderem, vai ficar a denúncia.” Hoje, nós estamos aqui para responder.

Quero aqui, então, falar rapidamente sobre esse programa, como ele iniciou, o que ocorreu e onde está. Ele iniciou a partir do entendimento dessas comunidades da necessidade do planejamento familiar e da visão dos técnicos e profissionais da Saúde de que, realmente, no entendimento desses profissionais, este é efetivamente um problema de Saúde Pública.

Quero pedir a ajuda de vocês da TVCâmara para que a gente mostre isso aqui. (Apresentação do Projeto em datashow.) Iniciando a problemática - a gravidez na adolescência –, de cada cinco gestantes no Brasil, uma é adolescente. Existem cerca de 700 mil adolescentes, entre as idades de 12 a 19 anos, que dão à luz no País. Complicações da gravidez na adolescência são a terceira causa de morte nessa faixa etária. Em Porto Alegre existem mais de quatro mil partos em adolescentes por ano. E o grande problema envolve essas três situações: o abandono da escola – elas deixam de freqüentar a escola quando engravidam; a taxa de mortalidade de uma adolescente é duas vezes maior do que a da gestante adulta; e a mortalidade neonatal é três vezes maior.

Trago aqui um gráfico e peço, por gentileza, que a gente a mostre. É um gráfico da Secretaria de Educação, de 2004, que mostra efetivamente as mulheres, entre os 7 e os 14 anos: 96,8% das mulheres estão na escola. Dos 15 aos 17 anos esse número baixa para 20,8%. E as conclusões da SMED, em 2004, eram de que 30% das grávidas são adolescentes. Isso envolve a saída do colégio. Elas deixam de ir à escola. E se reproduz um ciclo de pobreza que depois nós vamos ver lá no final: 60% das grávidas, principalmente naquela região, são praticamente analfabetas, com Ensino Fundamental incompleto.

Quais eram os objetivos do Projeto? Diminuir e prevenir a gravidez indesejada; incentivar o Programa de Planejamento Familiar; prevenir DSTs e resgatar esta faixa etária para a cidadania.

Sobre o método, muitas falácias foram criadas. Ele é aprovado pela Organização Mundial de Saúde. É utilizado no Primeiro Mundo. É aprovado pela Anvisa. É o que se tem de mais moderno em anticoncepção reversível. E a escolha sempre foi livre, do método; nunca ninguém impingiu a nenhuma adolescente que colocasse o implante. Outra falácia criada ao longo do projeto era de que ele só seria implantado na Restinga, mas temos aqui – isso foi amplamente distribuído na Câmara, eu me lembro, na época eu era o coordenador do projeto, fui eu que o encaminhei para cá – as regiões da Cidade contempladas com o implante. São todas. Claro que a Restinga é a região da Cidade que mais precisa, e disso vocês não tenham dúvida. Está aqui: dos 2.500 implantes, 440 foram colocados na Glória/Cruzeiro/Cristal; na Restinga, 710; no Partenon/Lomba do Pinheiro, 45; na Leste/Nordeste, 190; na Navegantes/Ilhas, 140. Enfim, em todas as regiões da Cidade foram colocados implantes subcutâneos.

Para finalizar esta fala, eu queria fazer um apelo: que a gente possa construir o seguimento desse projeto. Queria colocar também o apelo de duas jovens. Uma delas colocou o implante; a outra não teve essa oportunidade, porque, quando ela veio com os exames para colocá-lo, o método havia sido bloqueado. Quando ele foi retomado, por uma ação do Ministério Público, ela estava nessa condição que vocês vão ver aqui.

 

(Apresentação datashow.)

 

O Sr. Mauro Zacher: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Thiago, estou escutando atentamente o seu pronunciamento. Eu, particularmente, fui favorável a esse Projeto que V. Exª coordenou em Porto Alegre, bastante polêmico, mas do qual agora nós já estamos conhecendo os resultados. Sem dúvida uma gravidez na adolescência – estão aí os gráficos que comprovam os resultados – gera a evasão escolar, o que se vê também pelos gráficos. Esse modelo de anticoncepcional era usado por muitas jovens da classe média, que pagavam valores altíssimos. A Prefeitura oportunizou a essas outras jovens esse modelo; sem dúvida foi um projeto que merece, da minha parte, toda a consideração, porque já estamos vendo aqui os resultados. Então, sou testemunha do seu trabalho. Que bom que a sociedade hoje esteja percebendo os resultados positivos, e que possamos, cada vez mais, avançar em políticas públicas que possibilitem não só as jovens terem um planejamento, mas terem uma política pública que as acompanhe, porque esse projeto era só para meninas que já tinham vida sexual ativa, que tinham todo um acompanhamento. Não era simplesmente um anticoncepcional, mas, ao mesmo tempo, também a garantia de que elas poderão estudar e não largar a escola por terem que cuidar dos seus filhos.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Dr. Thiago, ao cumprimentá-lo, quero levantar a seguinte questão: evidentemente é um projeto inovador, um projeto também bastante polêmico, e acompanhei um pouco os debates no Conselho Municipal de Saúde, que enfim teve posição sobre isso, a comunidade científica e todo um conjunto de ações e opiniões envolveram o tema, uma iniciativa, sem dúvida, importante. Agora, levanto o seguinte questionamento ao senhor, uma vez médico na área da Medicina Comunitária: se de um lado temos esse método anticoncepcional que é eficaz contra a gravidez, por outro lado, o abandono de métodos contraceptivos, como, por exemplo, o uso do preservativo, não torna um tanto perigoso? Porque aí temos a barreira contra a gravidez indesejada, mas, de outro lado, temos a liberdade para a difusão e a propagação das DSTs, em especial a AIDS. Como é que fica isso?

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Seu tempo se esgota, Ver. Dr. Thiago Duarte.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Solicito tempo de Liderança, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Perfeito. A partir de agora, V. Exª está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Muito obrigado pela contribuição do Ver. Mauro Zacher e do Ver. Carlos Todeschini. Ver. Todeschini, por isso, como falávamos no início, já protocolamos um Projeto solicitando que o planejamento familiar e a educação sexual sejam parte contínua nos currículos escolares dos nossos jovens nas escolas públicas municipais e estaduais, sem dúvida. Com relação ao projeto, 2.500 implantes foram colocados em toda a Cidade, como acabei mostrando aqui. A taxa de doenças sexualmente transmissíveis naquele grupo, das 978 meninas da Restinga, manteve-se igual, e em alguns setores inclusive diminuiu. Aí a gente vai dizer: “Não, mas provavelmente elas passaram a ser mais cuidadas nos postos de saúde!” - sem dúvida nenhuma. Mas o fato é que a gente teve uma diminuição em alguns grupos, e, nos outros, isso se manteve estável.

O dado fundamental é a questão da prevenção da gravidez. O preservativo previne doença; o anticoncepcional, seja qual for, previne a gravidez, sendo que esta diminuiu quatro pontos percentuais no bairro Restinga em um ano e meio.

A gente não apregoa que esse seja o único método ou que seja o primeiro método a ser utilizado, mas que se dê a disponibilidade para as jovens de toda a Cidade poderem usar o que se tem de melhor na Medicina. É só isso que a gente defende.

Eu quero mostrar aqui dois depoimentos: o primeiro é o da Kely, uma paciente que estava usando há três meses. (Apresentação de datashow.)

Então, aqui vocês vêem o afinco das equipes no sentido de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. É claro que há efeitos colaterais, qualquer remédio tem efeitos colaterais, mas o que ela quis dizer é que realmente os efeitos colaterais são muitos menores do que dos outros anticoncepcionais.

E esta menina, aqui, infelizmente foi a que não conseguiu colocar, que eu estava mencionando para vocês, chegou à unidade de saúde com os exames prontos para colocar; havia sido bloqueado o projeto, aí passou o período de 20 a 30 dias, e o Ministério Público determinou que a Secretaria voltasse a colocar os implantes, e aí ela retornou nesse dia. Reparem o semblante dela.

 

(Apresentação de datashow.)

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: É isso aqui, Ver. Nagelstein, é exatamente isso aqui, esse é o relato de uma mulher que não conseguiu colocar o implante. É difícil o filho pedir uma coisa e a gente não ter como dar. Gravidez pode ser a melhor coisa do mundo; um filho pode ser a melhor coisa do mundo, se vier no momento correto; se vier no momento incorreto, pode ser a coisa mais complicada do mundo. Peço a colaboração de todos, para que possamos avançar, construir e seguir neste Projeto. Um abraço, saúde a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Dr. Thiago Duarte.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Mauro Zacher está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, gostaria de usar desse tempo de Comunicações para relatar um pouco do nosso trabalho que pretende, este ano, aprovar um amplo debate à revisão do Plano Diretor. Esta Casa trabalhou em pleno recesso; iniciamos o ano legislativo já com a instalação da Comissão presidida pelo nosso Ver. João Dib, em que eu tive a oportunidade de assumir uma Relatoria, a qual nos dá uma grande responsabilidade e uma incumbência muito forte nesta revisão do Plano Diretor. Este Plano, desde 1999, aguarda esse período, esse tempo, o que nos deixa no compromisso, já atrasados, porque poderíamos ter feito antes. E eu fiz parte da Comissão do ano passado. A adequação do Plano Diretor ao Estatuto das Cidades, que tem sérios e vários objetivos, é o combate à especulação imobiliária e à regularização fundiária. Minha temática não será essa na Comissão, na qual fiquei com o Desenvolvimento Urbano, Estratégias e Modelo Espacial.

Mas nós queremos aproveitar também o que essa Casa já produziu, tanto na Comissão do Plano Diretor do ano passado, como também aqui no Fórum Porto Alegre do Futuro, em que foram feitos grandes debates com técnicos, com palestrantes do País todo, que trouxeram experiências, para nós, relevantes, e que nós devemos usá-las. Assim como também o Fórum de Entidades, que fez um grande trabalho presidido pela Verª Neuza Canabarro, reunindo-se semanalmente, todas as quartas-feiras, produzindo diversas demandas. Então temos já um material propositivo, no sentido de que podemos adiantar os trabalhos este ano.

Não poderia deixar de ressaltar, como Relator desta parte, o Projeto que já é notícia nos nossos jornais, que é a linha do metrô, os 20 km que já estão em estudo. Evidente que nós estamos no embalo da Copa de 2014, o que nos propicia a fazer grandes investimentos, como é o caso do metrô, como é o caso da ciclovia. Já temos um Plano Diretor Cicloviário de 495 Km previstos para a Cidade, o que também nos leva a debater, e que já foi motivo aqui de Audiência Pública, já foi também oportunizada uma reunião com um grande especialista na área, um holandês, o Sr. Jaap Rijnsburger, que esteve aqui também na Casa debatendo conosco. Enfim, nós temos assuntos e desafios para traçar neste ano através do Plano Diretor.

Eu tenho certeza de que o que provoca o grande debate para o Ver. João Dib, sem dúvida, é a ciclovia; mas, Vereador, o nosso debate ficará então dentro da Comissão do Plano Diretor.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Vereador João Dib, é bom ver o seu humor e sua alegria, sempre aqui presente e atento.

Estão presentes, aqui, o Sr. Luís Ernani Alves, o Chacrinha, e também a Verª Cleusa Souza, da Câmara Municipal de Guaíba. Sejam sempre bem-vindos a esta Casa, nossos vizinhos, e espero que tenham tido uma boa acolhida aqui, inclusive do nosso Líder do Governo.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, quero aproveitar a oportunidade para chamar a atenção de que no dia 20, às 20 horas, no Complexo Cultural, estará sendo lançada e reafirmada a Campanha Nacional de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, utilizando esse espaço do carnaval, realizado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, na Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, no Movimento pelo Fim da Violência, Exploração Sexual, Associações de Entidades Carnavalescas, Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Secretaria Municipal da Cultura e, com certeza, a Verª Maria Celeste estará lá também com a questão da Frente Parlamentar da Câmara de Vereadores, a qual eu tive a honra de durante quatro anos poder presidir nesta Casa.

Eu queria trazer o tema que o Dr. Thiago trouxe aqui, pois sempre é oportuno. Eu acho que todas as iniciativas são pertinentes e importantes; então, nenhuma delas pode ser descartada, acho que são importantíssimas. Porém, nós também não somos ingênuos de acharmos que uma ação isolada pode resolver o problema, porque, às vezes, a gente, com a maior das boas vontades - o senhor, sendo da área, um especialista, sabe disso -, quando não há uma orientação, as pessoas, às vezes, podem prevenir uma gravidez, mas esquecem das demais problemáticas. Porque quando nós divulgamos a questão do preservativo, nós não estamos apenas trabalhando com a questão da gravidez, nós estamos também prevenindo outros problemas. E nós também não achamos, não somos daqueles que acham que o empobrecimento é o causador do problema, o caos do mundo.

Agora, Vereador lá do Rubem Berta e agora Vereador da Capital, o problema são os pobres do Rubem Berta, o problema são os pobres da Lomba do Pinheiro, o problema são os pobres da Restinga, na verdade, são conseqüência desta pobreza toda. Agora, é claro que falta esclarecimento, quando não chega a informação suficiente - Ver. DJ, que também tem um trabalho importante na área da assistência social, de chegar com o seu jeito, com sua música, com o seu estilo, chegar até o coração das pessoas. Como nós vamos divulgar isso? Porque para muita gente interessa o empobrecimento. Quando tu não comes direito, quando não consegues ter uma casa, não consegues ter alimentação, não consegues ter cultura, não consegues ter lazer, tu também não tens prazer. A única coisa que tens é a miséria, e a miséria - há vários médicos aqui - é o maior potencial da fertilidade, porque é o que é feito. Agora, os ricos, a classe média, como eles resolvem? Na hipocrisia vigente, pela Lei, vão lá, fazem aborto e tal, saem no outro dia; vão lá, casam ou não, sai todo mundo branquinho, lindo e maravilhoso. Agora, com o pobre não, a visão é: vamos atacar, porque tem má conduta, não tem estrutura familiar, são aqueles termos vulgares que nós conhecemos, e as coisas são vistas individualmente, e não como um problema coletivizado, como um problema, muitas vezes, programado. E nós temos ainda aqui: não adianta fugirmos e acharmos que é mão-de-obra barata, é mão-de-obra desclassificada. Desde que nós conhecemos a Filosofia, sabemos que os pensamentos são organizados para as indústrias, para aqueles que têm poder – os destruidores da Humanidade.

Então, nós não podemos entrar nessa onda, gente, de achar que o empobrecimento é o causador, é o problema. Enquanto tivermos esse empobrecimento, vai haver muita mula para carregar o narcotráfico; nós perderemos os nossos filhos para os “grandões”. Então, vamos parar com isso, nós temos que aceitar essa idéia que foi trazida aqui pelo Vereador, médico que conhece a área, com todos esses outros elementos, e pensarmos uma saída coletiva. Não existe varinha mágica para esse problema, e nós sabemos que tanto a questão da exploração sexual da criança e do adolescente, que é ocasionada... Tem gente da Polícia, tem gente da Igreja, tem gente de Assembléias Evangélicas que usam Deus e que fazem esse tipo de coisa. Não é só lá dentro; é fora, na rua. Às vezes, é melhor os nossos filhos estarem na rua do que dentro de casa, dentro de muitos templos. Nós temos que nos dar conta disso! Então, temos que apoiar projetos com iniciativas como essa, não isoladamente, mas no conjunto. É o que nós temos que fazer.

Eu quero agradecer pela tolerância, Sr. Presidente, e agradecer também pelo tempo de Liderança do PCdoB. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu trago a essa tribuna, novamente, um assunto que já há muitos anos eu venho batendo e debatendo, inclusive nas reuniões durante o período em que eu estive no Fórum Nacional dos Secretários de Habitação, na Associação Brasileira de COHABs e reuniões com a Caixa Econômica Federal.

Eu tive oportunidade, ontem, de fazer novamente um levantamento das últimas inscrições do PAR em Porto Alegre. E nessas inscrições do PAR em Porto Alegre foram inscritos no Departamento Municipal de Habitação, para 179 unidades habitacionais, 960 famílias, 960 pretendentes à habitação. Foi enviado o cadastro para a Caixa Econômica Federal dessas 960 famílias para ali filtrarem e aprovarem 179. Infelizmente, foram aprovadas somente 130. Quer dizer, 13% dos enviados para a Caixa Econômica Federal são aprovados em cadastro para habitação social. Isso que os chamamos de habitação social. Por que esse grave problema? A Caixa Econômica Federal quando está com as nossas contas, quando busca fazer empréstimos ou outros meios, ela trabalha ali como um agente financeiro, mas quando é para ela ser o braço social do Governo, trabalhar na habitação social para as pessoas que mais precisam, que são justamente aquelas famílias que ganham até cinco salários mínimos, aí ela não faz o trabalho social. Ela quer saber se o cidadão pagou a sua televisão, por que ele está no SPC, quanto tempo tem a sua conta corrente, qual a composição da sua renda familiar, o quanto vai para cartão de crédito... Enfim, ela trabalha com cadastro como se fosse um agente financeiro e não um agente social.

Nós trabalhamos intensamente para que em habitações sociais, programas sociais do Governo para famílias com renda familiar até R$ 2 mil, não se possa exigir que o pretendente esteja livre do SPC ou da Serasa. Por quê? Porque a Caixa Econômica Federal detém a garantia. Ela está exigindo dupla garantia. Ela já fica com a garantia do patrimônio, a hipoteca do imóvel. Caso não haja o pagamento, quando é caso de compra e venda, ela é proprietária do imóvel, ela retoma. E no caso do PAR, não havendo pagamento da prestação, é um aluguel, ela também retoma. Quer dizer, ela sempre tem a garantia do seu financiamento ou do seu pagamento.

É uma hipocrisia: o cidadão, no dia da assinatura do seu contrato, vai ter que estar lá com a sua ficha limpa. No dia seguinte, Ver. Dr. Raul, ele pode ficar devendo para meio mundo que não tem mais problema nenhum. Quer dizer, ele não pode estar no SPC ou na Serasa somente naquele dia da assinatura do contrato.

Eu tenho certeza de que todas as 70 mil famílias em Porto Alegre que pagam aluguel de R$ 500 em média, que poderiam ter a sua casa própria, com a prestação justa de no máximo R$ 320, conforme o Programa Habitacional Social da Caixa, não deixariam de pagar a sua prestação, colocariam em primeiro lugar sua prestação. Elas não iriam arriscar perder o seu imóvel não pagando a prestação ou a locação, no caso do PAR. Com toda a certeza, deixariam de pagar a conta do telefone, do celular, ou do carnê da televisão, pois a prioridade é a moradia. Então eu não entendo.

O presidente da Comissão de Habitação, Ver. Waldir Canal não está aqui, mas nós vamos interpelar a Caixa, Ver. Paulinho Ruben Berta. Quanto nós já discutimos com a direção da Caixa para flexibilizar? Nós não podemos admitir que, a cada mil cadastros enviados para a Caixa Econômica Federal, no máximo, 150 são aprovados, os outros 850 ficam sem moradia. Durante os três anos em que eu estive à testa do DEMHAB, nós cadastramos cerca de 15 mil famílias, e não conseguimos aprovar três mil cadastros. Vamos mudar essa legislação! Afinal de contas, a Caixa Econômica Federal é um braço social do Governo, ou ela é um banco que busca cada vez mais lucros? Sabemos que todo este dinheiro vem do Fundo de Amparo ao Trabalhador, do FGTS; este fundo é do trabalhador e deveria ser revertido para o trabalhador, deveria reverter isso para a dignidade das famílias que precisam de habitação, precisam ter sua casa própria. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregôo Requerimento para Custeio de Viagem em Representação ou em Missão Especial do Ver. Valter Nagelstein para viagem de representação, nos dias 3 e 4 de março, a Brasília, para apresentação pública do Projeto de Áreas de Revitalização Econômica da Secretaria Nacional de Projetos Urbanos do Ministério das Cidades.

O Ver. Marcello Chiodo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver Nilo Santos.

 

O SR. MARCELLO CHIODO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que nos assistem, boa-tarde.

Em primeiro lugar, quero dizer que estou muito feliz hoje por estar realizando meu sonho de ser representante do povo de Porto Alegre como Vereador. Agradeço às pessoas que fazem parte da minha vida, a meus pais pela formação de caráter, à minha esposa e filhos pela base que me deram para sustentar minha campanha a Vereador; agradeço também à população de Porto Alegre pela confiança e pelos 3.400 votos que me depositaram nas urnas. Agradeço ao meu Partido, que considero hoje uma segunda família, por me ajudar a ser Vereador de minha Cidade. Não poderia deixar de destacar a importância dos meus colegas de Bancada que foram designados para representar o PTB junto ao Governo Municipal e Estadual, os Vereadores Maurício Dziedricki, Dr. Goulart e Elói Guimarães, hoje Secretários - a eles meu voto de muito sucesso em suas novas e importantes missões -, e aos meus colegas Vereadores Brasinha, DJ Cassiá, Nelcir Tessaro e Nilo Santos, que juntamente comigo formam a Bancada do PTB nesta Casa, desejo sabedoria e muito trabalho no nosso dia-a-dia.

Decidi concorrer a Vereador, porque durante anos escutei no meu salão meus clientes e amigos preocupados com seus bairros e suas ruas. Percebi que as pessoas queriam mais que um representante no Poder Público que pudesse intermediar uma solução para suas demandas. Agora, além da minha cadeira no salão, tenho meu gabinete num local para escutar e conversar e, sobretudo, propor soluções para atender às necessidades das pessoas.

Um terço da minha votação veio por eleitores do Centro. Creio que posso atribuir boa parte desses votos aos meus mais de 20 anos trabalhando como cabeleireiro no bairro, bem como a importância do trabalho desenvolvido pelo meu pai, ao longo dos 50 anos, funcionando na Tabacaria Chiodo, como proprietário. Com os meus clientes estabeleci profundos laços de amizade e confiança; com eles, em poucos minutos de contato, muitas vezes, ouvi desabafos, confidências e relatos de toda a espécie. De muitos deles ouvi conselhos e sugestões que trago com muito orgulho para a minha vida parlamentar.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Querido Ver. Marcello Chiodo, quero lhe dar os parabéns, porque V. Exª é um guri humilde, atencioso, talentoso. E dizer que este Vereador aqui, mais o Ver. Nilo Santos e o Ver. Nelcir Tessaro damos as boas-vindas e desejamos que V. Exª continue com esse caráter bonito, uma pessoa com qualificação, e tenha muita felicidade nesta Casa!

 

O SR. MARCELLO CHIODO: Obrigado. A partir deste contato com os meus clientes...

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Marcello Chiodo, quero dizer a V. Exª que é bem-vindo. E V. Exª falou que tem, agora, um gabinete para escutar. E o conselho deste Vereador é para que escute, escute e escute, não se preocupe em fazer leis, porque não é o que nos falta; o que nos falta é fazer com que as leis sejam cumpridas. E, por isso é preciso que elas sejam claras, precisas e concisas. Então, é bom irmos escutando, porque aprendemos todos os dias.

 

O SR. MARCELLO CHIODO: Obrigado. A partir desses contatos que viabilizei, vieram muitas das iniciativas sociais que desenvolvo ao longo dos anos. Realizei o Projeto Beleza ao Alcance de Todos, que ministrou o curso na área da beleza, formando cabeleireiros, manicures que não tinham condições de pagar um curso de formação. Já formamos mais de 200 meninas, aumentando a sua auto-estima e resgatando a dignidade através do trabalho. Os trabalhadores da área da beleza, um dos segmentos profissionais mais belos e mais antigos da história, não tinham ainda um representante na Câmara de Vereadores; considero-me uma pessoa preparada para lutar por eles. Quero registrar a minha gratidão à classe que mais me apoiou para que eu pudesse agora ser Vereador. Tenho uma relação muito boa com os profissionais da área da beleza. Uma confiança sadia e leal. Quero trazer ao meu mandato uma relação de respeito com os outros Vereadores. Sou um cabeleireiro antes de ser Vereador, sou um pequeno empresário, gero empregos e tenho consciência do meu papel na sociedade. Em função disso conheço as necessidades dos pequenos empresários e dos cabeleireiros. Assim sendo, assumo o compromisso de defender os interesses dessa categoria, seja junto ao Executivo Municipal, ou elaborando projetos de lei para atender às demandas desse grupo. Sou um cabelereiro-Vereador, mas não um Vereador somente dos cabeleireiros. Meu mandato será de serviço para todos os porto-alegrenses, sou um trabalhador que ao longo dos anos ajudou a formar trabalhadores. Acredito que só se promove cidadania através do trabalho, e é isso que a população de Porto Alegre pode esperar de mim. Serei um Vereador dedicado ao trabalho para quem mais precisa alcançar a sua dignidade pessoal e profissional. Usei as mãos como cabeleireiro para transformar e melhorar as pessoas, usarei as mãos na política, juntamente com os senhores, para melhorar e transformar Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Marcello Chiodo.

O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; todos que nos escutam através da Rádio Câmara e nos assistem através da TVCâmara e que estão presentes nas galerias, quero iniciar, antes de mais nada, fazendo uma saudação especial ao Presidente da Associação das Entidades Carnavalescas de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, Sr. Antenor Ademir Moraes, e, na sua pessoa, uma saudação a toda executiva das entidades das escolas de samba e tribos carnavalescas, já que estamos nas proximidades das festividades do carnaval, quando ganham um maior destaque nesta época do ano.

Quero ressaltar a importância que esse evento tem para a comunidade de Porto Alegre, especialmente para o Eixo Baltazar, Zona Norte da Capital, porque o mais interessante dessa festa não é o fim, o desfile carnavalesco, por si só, mas o meio, o universo econômico e cultural que movimenta e enriquece essas comunidades, durante o ano inteiro, gerando oportunidade de trabalho e valorização da cultura popular. As agremiações carnavalescas são escolas de empreendedorismo para as comunidades, especialmente as de baixa renda, não apenas pelas ações de capacitação e geração de renda, mas por proporcionar e abrir espaço para a manifestação de talentos, tornando-os agentes ativos no processo, gerando mudanças significativas onde moram. Essas entidades que nasceram dentro das comunidades, que nutrem laços afetivos e de paixão, são uma oportunidade de ouro para desenvolvermos políticas sociais, fomentarmos o empreendedorismo e a geração de trabalho e renda, já que o emprego se torna cada vez mais raro.

Nas escolas de samba, por exemplo, a preparação de um desfile de carnaval exige um grande número de tarefas exercidas por profissionais das mais diversas áreas de atuação. O corpo funcional de uma agremiação carnavalesca é composto por profissionais com qualidades artísticas e técnicas. São exemplos dos profissionais responsáveis por preparar toda uma estrutura que culmina no desfile final: costureiras, bordadeiras, chapeleiros, eletricistas, motoristas, carpinteiros, escultores, pintores, decoradores, ferreiros-mecânicos, desenhistas, soldadores, borracheiros, historiadores, sapateiros, cantores, compositores. Todas essas atividades são remuneradas, o que faz criar um efeito multiplicador em toda a economia local, uma vez que essa mão-de-obra, por muitas vezes dispensada do emprego formal, encontra suporte e sustentação na necessidade de preparar o desfile das escolas de samba. O carnaval como a escola nos ensinam e nos fazem refletir sobre como é possível trabalhar de forma integrada e associativa. Para que essa festa popular aconteça, é necessário trabalhar em conjunto com o Executivo Municipal e o Estadual. E aí me permito ressaltar o trabalho da Secretaria Municipal da Cultura, Secretaria Municipal do Turismo, EPTC, Secretaria Municipal da Indústria e Comércio, DMLU, Secretaria da Saúde e Brigada Militar.

Concluindo, vamos atuar na promoção da cultura popular, no seu poder de inclusão e na capacidade de tornar as comunidades cada vez mais sustentáveis, devolvendo-lhes a cidadania e a alegria de viver. Convido todos a prestigiarem o carnaval da nossa Porto Alegre, saudando a Escola Imperatriz Dona Leopoldina! Um bom carnaval a Porto Alegre e a todos nós! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Queria anunciar a presença aqui do Presidente da Câmara Municipal de Guaíba, Ver. José Campeão Vargas, do PTB; da Vice-Presidente, Verª Cleusa Maria Souza, do PMDB; da Secretária, Verª Paula Parolli, do PMDB; do Secretário, Ver. Luís Ernani Alves, o Chacrinha, do PMDB; do Diretor Administrativo da Câmara Municipal de Guaíba, Sr. Celso Rostirolla; e do Ver. Antônio Santos Sarrafo. Sejam todos bem-vindos à Câmara Municipal de Porto Alegre.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Vereadores, Vereadoras e aqueles que nos assistem, TVCâmara e Rádio Câmara, agradeço a cedência do Ver. Pedro Ruas para me manifestar em Comunicações. Bem, ouvi aqui a manifestação do Vereador que me antecedeu, falando sobre os cadastros feitos pela Caixa Econômica para Habitação. Quero dizer que nunca foi feito tanto pela habitação popular e nunca houve tantas linhas de crédito para todas as classes sociais como está havendo agora, graças ao saneamento e fortalecimento da Caixa Econômica Federal, uma política desenvolvida pelo Ministério das Cidades, pela Presidência da República, agora incluída no PAC. Quero dizer que a Caixa Econômica não tem responsabilidade sobre os cadastros malfeitos, e a gente viu como são feitos, porque vários chegaram denunciados aqui ao meu gabinete. Então, não vale e não é sustentável esse argumento de criticar a Caixa Econômica, que tem feito o seu papel, e muito bem, em defesa das políticas sociais, em especial em relação à Habitação e ao saneamento.

Quero fazer, por outro lado, uma cobrança ao Líder do Governo: há informações, pelo menos extra-oficialmente, de que os postos de saúde do Município fecharão amanhã, Ver. Dr. Raul, e só abrirão na quarta-feira. Eu entendo que os postos não podem ter o benefício de feriadão. Não podem, pelo menos assim, porque a doença não pára, a saúde é uma necessidade, e acho que deve ser obedecido o horário comercial que serve ao conjunto do comércio, e não um feriadão oficial nos postos de saúde. Isso não deve acontecer. Pelo menos este é o alerta que a gente faz.

Quero fazer aqui também uma manifestação em solidariedade aos trabalhadores da Ulbra, bem como trazer um alerta para o tamanho da gravidade que envolve essa instituição que está contratada pelo Município de Porto Alegre, pela Secretaria de Saúde, e presta 200 atendimentos hospitalares na área de ortopedia ou traumatologia, por mês, e mais de 20 mil procedimentos comuns, cuja situação é de uma gravidade imensa. Inclusive, nesta semana, na COSMAM, nós fizemos uma reunião, que foi muito boa, com os representantes da Ulbra, e marcamos uma nova reunião para quinta-feira, para termos um retorno a respeito de um conjunto de questões que foram levantadas, para que, depois, na outra quinta-feira, dia 05, nós possamos fazer uma Audiência Pública para ver o que poderemos avançar. Mas é imprescindível que a Câmara de Porto Alegre tenha uma interface muito forte, porque esse assunto diz respeito à Saúde pública, o serviço que a municipalidade deve prestar, através do SUS, e, também, de modo muito especial, às garantias dos trabalhadores, tanto os profissionais de enfermagem, em seus diversos níveis, auxiliares, atendentes, enfermeiros, como também os médicos, uma vez que houve uma denúncia muito séria também do Sindicato Médico, que se fez presente. Então, nós estamos atentos e chamamos a atenção da Cidade sobre a importância desse assunto, que precisa de uma solução, pois, de um lado, há a expectativa dos usuários, que precisam do atendimento médico, e, do outro, há os profissionais que precisam ter a garantia dos seus empregos, bem como do recebimento dos salários.

Por último, eu queria falar sobre um assunto que já é recorrente, que é sabido, que já retornou há poucos dias, que é a questão dos passeios públicos de Porto Alegre, cuja responsabilidade de fiscalização é do Município, através da SMOV e das autoridades daquela Secretaria, e de execução dos proprietários. Eu li no jornal Diário Gaúcho, há alguns dias, que, só no ano passado, Ver. João Dib, 600 pessoas sofreram acidentes, dado o grau de precariedade, de desmanche dos passeios, e ausência total de Governo, ausência total de autoridade. E este é o papel que deve desempenhar o Município: o controle do passeio feito pela Divisão de Controle da SMOV, que deve fazer com que os proprietários mantenham os passeios nas melhores condições. Vejam só, em 2008, foram 600 as pessoas que sofreram acidentes, e é só caminhar no calçadão da Rua dos Andradas ou em qualquer rua central para ver que são quase intransitáveis, devido ao desleixo, ao descuido e à falta de autoridade que a Cidade está tendo no assunto. Obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Todeschini.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o tema que gostaria de debater nesta tribuna em Liderança no dia de hoje é o tema da Educação. Nós observamos, em matéria de jornal do dia de ontem, na nossa Cidade, uma entrevista da Secretária Estadual de Educação, Mariza Abreu, em que ela diz que exonerar servidor por desempenho é constitucional. Como se essa manchete e essa forma como ela se coloca nessa entrevista fossem resolver os problemas da Educação no Estado do Rio Grande do Sul. Mais do que isso: parece que a Secretária resolve culpar os professores do Estado do Rio Grande do Sul pelo desempenho educacional do nosso Estado. Hoje nós verificamos, também nos jornais da nossa Cidade, uma triste constatação: Porto Alegre cai no seu ranking de qualidade educacional. Isso é conseqüência, obviamente, de uma política de desmonte, no Estado do Rio Grande do Sul especialmente, no setor da Educação, quando não é valorizado o servidor público, quando as escolas são completamente desmontadas. Não há recursos, não há sequer bibliotecas nas escolas do Estado, não há sequer bibliotecário, funcionário específico para essa atuação nas bibliotecas das nossas escolas públicas, especialmente no Interior e também aqui na Capital. E lamentamos quando verificamos os números, os resultados do desempenho educacional no Município de Porto Alegre. Aqui, uma fala também da Secretaria Municipal de Educação, dizendo que há toda uma proposta de verificar, de rever com as escolas, com os diretores, com os professores os conteúdos, enfim, para que esse índice volte a crescer no Município no sentido de melhorar a qualidade da Educação no Município de Porto Alegre. Espero que a nova Secretária de Educação consiga, sim, fazer com que, na prática, as escolas do Município de Porto Alegre tenham mais qualidade no seu trabalho, especialmente no que diz respeito aos estudantes na cidade de Porto Alegre. Porque o que temos visto, quando não há incentivo, investimento, priorização na área da infância é um desmonte total das escolas, como tem ocorrido no Governo do Estado. Mais do que isso, ficamos chocados também com a postura do Governo do Estado, e não só do Governo do Estado, como do Ministério Público em relação às escolas itinerantes do Movimento dos Sem-Terra do nosso Estado. Uma escola que, na sua peculiaridade, reconhece a condição de vida daquelas crianças e daqueles adolescentes que vivem nos acampamentos ou nos reassentamentos e que têm uma particularidade a ser levada em conta no seu desenvolvimento educacional. Lamentamos a postura autoritária do Ministério Público, aos moldes do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, da Governadora do Estado do Rio Grande do Sul, da Secretária de Educação do Governo do Estado do Rio Grande do Sul; lamentamos a postura autoritária com que faz uma criminalização em cima dos movimentos sociais. Não bastasse isso, agora estão tentando penalizar as crianças e os adolescentes do Movimento, tirando o direito que essas crianças tem, Ver. Brasinha, a uma educação dentro das suas condições de vida, respeitando a peculiaridade de sua vivência de criança e de adolescente. Lamentamos essa postura inclusive do Ministério Público e queremos, sim, que essas escolas sejam mantidas, que seja respeitada a condição de vida que essas crianças e adolescentes vivem. Com certeza, o fechamento das escolas itinerantes vai reproduzir, cada vez mais, uma massa de crianças e adolescentes excluídas do processo educacional ao qual têm direito garantido pela Constituição e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Verª Maria Celeste.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, eu, hoje de manhã, ouvi uma voz insuspeita para a Verª Maria Celeste, que era da Presidente do CPERS, e ela dizia que, com todos os Governos dos últimos 30 anos – até porque o Governo Jair Soares foi o Governo que deu piso salarial de dois salários mínimos e meio - o CPERS fez greve. Inclusive, reclamou do Governo Olívio Dutra quando, parece, o CPERS fez uma greve de 38 dias. Agora, eu me assusto, realmente, eu fico preocupado, porque criança tem que ser cuidada e não usada. Criança precisa de escola, sim. Mas me assusta como é que cada dia temos mais agricultores sem terras. Eles agriculturavam onde? Mas cada vez tem mais. O Governo Federal até tinha verba para um movimento que não tem representação jurídica. Eu não sei, parece que houve uns problemas de aplicação do dinheiro e não estão dando mais, então agora estão brabos com o Dr. Lula.

Por outro lado, eu também ouço reclamações sobre os passeios da nossa Cidade, mas não é uma coisa nova! Quando a Prefeitura, na Administração petista, fez uma fiscalização intensa na Cidade, cometeu alguns erros de nivelamento dos passeios que estão até hoje incomodando. E eu não disse nada. Mas como eu recebi reclamações também, havendo um Vereador como Secretário de Obras, e eu também tendo sido Secretário de Obras, conhecendo as dificuldades de resolver o problema, era conveniente que eu falasse com ele, e foi o que eu fiz. Telefonei para o Ver. Maurício Dziedricki, Secretário de Obras, que me disse que estava programando uma fiscalização muito intensa, porque é claro que a SMOV não tem responsabilidade sobre o conserto nos passeios, e, sim, o proprietário do prédio que tem o passeio em frente que é o responsável pela sua manutenção, o que não é uma coisa fácil de se fazer, diga-se de passagem, porque muitas vezes é só um pedaço de basalto que foi retirado, e não encontram quem faça o serviço, e, de repente, aumenta o espaço mal cuidado e a coisa se complica. Mas ele diz que vai fazer uma fiscalização, e eu não tenho por que duvidar da palavra do Secretário de que vai fiscalizar e de que a coisa vai melhorar. Espero que isso aconteça.

Mas o que na realidade me impressionou foi que, hoje de manhã, eu vi que o Banco do Brasil, no último trimestre do ano de 2008, teve um lucro superior a 3,5 bilhões de reais. No trimestre! Há poucos dias eu vi que no BNDES eram outros tantos bilhões de reais. Desde 1946 é proibido o jogo no Brasil. E a maior casa de jogatina - ganha do Donald Trump, porque os cassinos dele, em Las Vegas, se não me engano em Nevada, pediram concordata -, a Caixa Econômica, não precisa pedir concordata, porque vai muito bem, obrigado: jogam cada vez mais, todos os dias há jogo, num País onde o jogo é proibido. Mas, oficialmente, a Caixa Econômica faz jogos todos os dias e faz publicidade sobre os jogos, mostrando que pode enriquecer as pessoas. E também tem muito lucro. E aplica mal!

Agora, eu sempre tive uma regra: quem joga por necessidade perde por obrigação. Então, não se iludam que vão ganhar na Loteria Esportiva ou na Quina, ou na Sena, lá sei eu quantos são... Eu não jogo em nenhum deles, eu tenho necessidade, vou perder e não quero perder. Eles jogam muito neste País. Acho que o dinheiro do povo - porque o dinheiro do BNDES, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica é dinheiro do povo - é muito mal aplicado. O País poderia receber muito mais benefícios, até para os sem-terra, se esses recursos que estão... Ora, 3,5 bilhões de reais no trimestre! Se eu mantiver a média, dá 15 bilhões de reais no ano! Mas dá para fazer muita coisa. E o BNDES também teve outro lucro semelhante! Então, o nosso negócio é usar bem o dinheiro do povo e não apenas fazer discurso sobre as necessidades do povo. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. João Antonio Dib.

O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Exmo Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; competente Vereador; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras que nos acompanham; Ver. Dib, grande mestre dos Vereadores aqui, eu esperava, sinceramente, não ter que travar uma batalha, aqui nesta tribuna, com o Ver. Todeschini, mas acho que não vou conseguir ficar sem travar essa batalha com o Ver. Todeschini, porque ele tem uma mania de levantar suspeitas contra as pessoas de uma forma muito leviana.

 Lamento o fato de ele não estar aqui neste momento, mas assim como ele falou e se retirou, eu me acho no direito também de dar uma resposta. Primeiro, o Ver. Todeschini tem que aprender a não levantar suspeitas sobre as pessoas, sobre o cadastro no DEMHAB, porque suspeitas, Ver. Dib, quantas suspeitas levantam contra as pessoas, de forma, muitas vezes, leviana? Muitas vezes, falavam para mim que o Ver. Todeschini também desviava cano no DMAE. Mas como vou acreditar que um homem desvia cano do DMAE? Eu não posso acreditar! Então, nunca levantei esse tipo de suspeita aqui, porque para mim isso é bobagem. E para mim é bobagem isso que ele está falando também sobre o cadastro no DEMHAB, levantando suspeitas, Ver. Mario Manfro. Não se levanta esse tipo de suspeita, porque aí esta tribuna perde o seu valor, porque passa a ser um espaço para “tititi”, e esta tribuna é um espaço para assuntos sérios.

Sobre as calçadas, esses dias, ele, num final de Sessão aqui, comentou sobre o Ver. Maurício, que esteve, durante quatro anos, à frente da SMOV e não resolveu o problema das calçadas. Ele vem sempre com essa cantoria aqui. Por favor! Isso é um problema crônico nesta Cidade, que não vamos conseguir resolver em quatro anos. O importante é sabermos que quem está trabalhando, assim está fazendo sério para procurar resolver esses problemas. E eu até agora cobro do Ver. Todeschini e também do Ver. Comassetto, dois Vereadores que moram no bairro Vila Nova, são meus vizinhos: utilizam a Av. Vicente Monteggia, todos os dias, para retornarem aos seus lares, e, em momento algum, eu os vi agradecendo aqui pelo trabalho realizado pela SMOV que, depois de muitos anos, num sistema de destapa buraco, tapa buraco, e vem a chuva e destapa... A comunidade do bairro Vila Nova foi enganada, todos os anos alguém dizia: “Não, no ano que vem, vai sair a duplicação da Av. Vicente Monteggia”, o Ver. Todeschini mesmo espalhou lá na comunidade! Eu fui enganado pelo Ver. Todeschini também! Eu fui enganado, eu fui descobrir depois que eu entrei para cá! Fui descobrir, em uma informação com a SMOV, que não existia sequer o projeto para a duplicação! Não existia o Projeto! O Ver. Todeschini me contou história. O Ver. Comassetto também me contou história, que no outro ano, seria duplicada. Balela! História! O Ver. Todeschini e o Ver. Comassetto devem, no mínimo, um aperto de mão para o Secretário Maurício Dziedricki, agradecendo por o Secretário ter providenciado o projeto, que poderá então levar a duplicação para a Av. Vicente Monteggia.

Então, são muitas coisas que nós temos que melhorar nesta Cidade, mas a oposição não pode ficar com esse discurso leviano, acusando as pessoas, ofendendo a honra das pessoas. Não pode agir dessa forma. Tem que reconhecer. O Centro de Porto Alegre, ontem eu passei ali. Meu Deus, que arejada deu no Centro de Porto Alegre! Eu não vi o Ver. Todeschini, eu não vi os Vereadores da oposição aqui dizendo: “Prefeito Fogaça, nós, muitas vezes, o criticamos, mas, hoje, nós queremos parabenizá-lo, porque o Centro de Porto Alegre está mais arejado”. Está mais arejado! Meu Deus do céu, oposição não é só para criticar: oposição também é para dizer, porque cobram tanto! Quando é realizada a obra, tem que ter a humildade de chegar e dizer: “Valeu, Prefeito, o senhor realizou a obra, nós cobramos, a conquista é nossa!” Isso é uma oposição equilibrada. Chegar aqui e dizer que o cadastro foi malfeito, isso e aquilo... Por favor, poupem-me, senão o Ver. Todeschini vai ter que começar a apresentar provas, caso contrário ele vai responder judicialmente essas leviandades que ele fala aqui nesta tribuna. Obrigado, senhoras e senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Nilo Santos. Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h08min.)

 

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